Alan Greenspan fala à CNBC sobre as perspectivas de crescimento para a economia dos EUA

13/06/2018

Dr. Alan Greenspan acaba de conceder uma entrevista a CNBC.

Uma vez conhecido como o grande "maestro" da economia norte-americana, é hoje criticado por muitos por ter reduzido demais a taxa de juros no período pós ataque no 9/11, o que para muitos contribuiu para a formação da bolha imobiliária que levou a crise financeira de 2008.

Dito isso, é sempre bom ouvir o que ele pensa. Sou seu fã e seu livro "The Age of Turbulence" é um dos meus favoritos.Para minha surpresa, Greenspan não criticou Trump. Muito pelo contrário. Disse que sua campanha em favor da desregulamentação e redução dos impostos devem contribuir para uma melhora no que ele considera como o mais importante "driver" de performance da economia: os ganhos de produtividade.

Greenspan reiterou a tese demográfica que venho explorando. Para ele, não há como os EUA sustentarem um crescimento acima de 3% diante do crescente endividamento fiscal. Os custos com os "entitlements" (custos previdenciários e de auxílio a saúde) estão "matando" o país. 

Perguntado sobre o crescimento da economia americana, ele disse que a economia já está em processo de desaquecimento e que as pressões inflacionárias são crescentes. Falou sobre os riscos de "ESTAGFLAÇÃO" nos próximos anos.

No fim, a jornalista, buscando extrair algo mais positivo, o perguntou sobre o que ele achava da estimativa do FED de Atlanta de que a economia está em curso para um crescimento de 4% ao ano. O Maestro disse não acreditar neste número.

Marink Martins

Confesso estar com saudades de um mercado focado em questões microeconômicas. Do dia 27 de fevereiro para cá, entramos em uma onda ruim na qual o ruído político passou a ser o fator mais impactante no mercado de ações doméstico. Entramos em um mercado focado no "macro", à mercê do que é dito em Brasília.

Há momentos nos mercados em que os preços se deslocam de forma tão surpreendente que os agentes e a mídia financeira ficam simplesmente perplexos. Como consequência, passamos a ler e ouvir explicações para os surpreendentes movimentos que soam como meras simplificações em meio a algo que é certamente complexo.

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