"Another one bites the dust!"

07/02/2024

Mais um "vendido" acaba de virar a mão. É incrível o que está acontecendo. Tudo começou com o Mike Wilson -- estrategista chefe de renda variável do Morgan Stanley -- que foi o herói do ciclo de queda na bolsa americana em 2022. Wilson -- que manteve um preço alvo para o S&P 500 por volta dos 3.300 pontos ao longo de todo o ano de 2023 -- foi sucumbir a pressão da mídia financeira lá nos 4.500 pontos do índice. Nestes últimos 3 meses em que o S&P 500 disparou quase 800 pontos, todo dia surge um novo analista que decide calçar a sandália da humildade!

O fato é que nos últimos três meses as condições de liquidez nos EUA melhoraram de forma significativa. A tese de que a inflação se comportaria de forma resistente nos níveis de 4% se provou equivocada! Com o "vendido" envergonhado, o mercado americano se comporta de forma leve, a despeito de inúmeros argumentos que, em um passado distante, "pesaram" nos mercados.

Ontem, Jim Cramer -- aquele que deu o nome de Nvidia ao seu cão no dia 20 de junho de 2017 -- explorou com a maestria de sempre o tópico em questão. Na imagem abaixo, ele nos mostra 5 argumentos que -- em tempos normais -- poderiam fazer com que o S&P 500 caísse de forma expressiva:

Dentre os argumentos elencados por Cramer temos: a alta dos juros, a fraqueza do Dow Jones Transport, a tese de que "AI" é uma bolha, o caos em Washington DC e a derrocada da China.

Assim, chegamos em um ano de eleição em que o incumbente (Joe Biden) não está bem nas pesquisas e irá fazer de tudo para reverter a situação através de políticas fiscais e monetárias agressivas. Ontem, no evento do BTG Pactual (CEO Conference), o investidor Bill Ackman disse que o caminho está livre para a volta do "cabeleira" Donald Trump! Disse que Biden não tem condições de saúde e que, provavelmente, os democratas poderão buscar como alternativa Michelle Obama ou o governador da Califórnia, Gavin Newson.

Por tudo isso, penso que é uma questão de tempo para que os mercados globais transitem de uma era onde os temas (inflação e atividade econômica) sejam substituídos por outros dois: a possível volta de Trump e o consequente impacto na relação EUA - China.

Isso talvez seja algo que ocorra durante os meses de março e abril. Até lá, entretanto, é possível que haja espaço para a tão aguardada rotação setorial global; uma que tende a beneficiar as "small caps" do Russell 2000 e as ações de mercados emergentes como o brasileiro. Se você leu o texto de ontem, a terça-feira foi, de fato, o dia!

Fique atento ao carnaVOL. Não só teremos o "CPI" americano na terça-feira, dia 13/1, mas também teremos a China celebrando o "ano novo". Será que o "rally" visto nas ações chinesas nesta terça-feira irá ganhar tração nos próximos 3 dias? Há quem diga que Xi Jinping não iria se envolver com o mercado de ações se não fosse para fazer algo significativo. Vamos ver.

Marink Martins

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