Após o "rally do alívio", um pouco mais de frustração!

No gráfico acima temos o Índice da Miséria nos EUA (taxa de desemprego + taxa de inflação). Faz sentido as bolsas transitarem próximas as máximas com este índice tão elevado? Em outras palavras, continuarão as "Big Techs" a representar o "porto seguro" dos mercados?

Estou finalizando os meus estudos de domingo bem tarde, quase as duas da manhã, tendo começado as 18:00). Com base nisso, chamo sua atenção para as seguintes observações:

• Os personagens mais influentes da mídia social financeira brasileira vão tentar, de todas as formas, te convencer que este é um momento de grande oportunidade na bolsa brasileira. Não discordo, mas como horizonte de tempo de investimentos do MyVOL é mais curto (3 meses), acho que ainda há espaço para mais frustrações no curto prazo. Dentre as razões, penso que um cenário internacional um pouco mais pesado poderá contribuir para uma bolsa local lateralizada.
• Petrobras - semana de vencimento. Preste atenção no seguinte: O "GAME" das opções nesta semana está nas PUTs. Tem sempre aquela turma que busca reduzir o preço de aquisição da PETR4 vendendo PUTs. Quem exagerar na brincadeira poderá se "enrolar".
• Magalu despencou nos últimos dias (aqui um EU TE DISSE multiplicado por 10X), chamando atenção para uma aberração nos EUA que atende pelo apelido de MELI.
• A situação da Covid nos EUA está pior do que muitos pensavam. A cidade de Baton Rouge na Louisiana, por exemplo, está registrando seu pior nível de hospitalizações desde o início da pandemia. Microsoft e Apple postergaram a volta aos escritórios.
• O tráfego nos centros urbanos nos EUA permanece bem abaixo dos níveis de 2019. Já na Europa a recuperação é forte. O fenômeno da "suburbanização" nos EUA é algo que parece estrutural. Nova York, Chicago e LA registram taxas de desemprego próximas ou superior a 10%.
• Política americana - Joe Manchin, hoje o mais importante senador democrata, não vai votar a favor do pacote de infraestrutura de Biden.
• Política americana v2 - muitos governadores republicanos não querem cumprir as exigências no que diz respeito a vacinas impostas por Biden na quinta-feira. O grande problema nos EUA é o que se denomina "vaccination hesitancy".
• Expectativas de resultados do 3Q21 foi ligeiramente reduzidas nos últimos dias. De mesma forma, os spreads corporativos estão um pouco mais largos. Tudo isso em linha com os argumentos que venho apresentando aqui no MyVOL.
• O Índice da Miséria nos EUA (taxa do desemprego + taxa da inflação) está em 10,5. Isso precisa cair rapidamente senão a confiança do consumidor despenca.
• Para Louis Gave, o mundo terá que aprender a conviver com a Covid. A Dinamarca e a Noruega fazem isso, seguindo o exemplo da Suécia. Já a Austrália e a Nova Zelândia permanecem seguindo uma política de "covid-zero"! O mesmo procedimento vem sendo adotado pela China. Para Louis, a grande questão é a seguinte: quando irá a China abandonar seu radicalismo com relação a Covid? Tal momento deverá representar um ponto de inflexão no que diz respeito ao valuation entre ações de "value" e de "growth". Além disso, tal evento deverá ser um grande catalisador para impulsionar os mercados emergentes.
• Com a variante Delta já dominante, representando 99% dos casos nos EUA e 88% dos casos no mundo, a Pfizer corre para conseguir autorização para vacinas destinadas a crianças entre 5 e 12 anos de idade.

Marink Martins