As dificuldades da Fortescue evidenciam o sucesso da Vale

18/12/2017

Em reportagem publicada pela Bloomberg neste último domingo, Andrew Forrest, CEO e maior acionista da mineradora australiana Fortescue, revelou que a preferência dos chineses por minério de alta qualidade (teor de ferro > 62%) tem sido a principal razão para a frustrante performance do preço das ações da quarta maior mineradora do mundo. Por um tempo, o CEO vinha argumentando que tal preferência chinesa era algo temporário e, por isso mesmo, acreditava que sua estratégia, focada em maximizar margens evitando elevar seus investimentos, era a mais apropriada.

Reconhecendo um erro estratégico, Forrest fez um "about face" (mudança de direção), "arrancou uma página" do planejamento estratégico da Vale, e agora vai direcionar grande parte de sua produção para minérios de alta qualidade. Para isso, entretanto, vai ter que investir bilhões! Para a diretoria da Vale, que no começo desta década "dormiu no ponto" e permitiu o crescimento desta que se tornou uma formidável competidora no segmento de mineração, tal reconhecimento certamente contribui para um sentimento de que o melhor ainda está por vir.

Nos últimos anos o prêmio atribuído a qualidade vem crescendo de forma significativa; e isso não se restringe ao minério de ferro. O mesmo vem ocorrendo no setor de petróleo quando comparamos o preço do petróleo WTI com aquele pesado, produzido na província de Alberta no Canadá. Abaixo, seguem dois gráficos que contam justamente esta história:

Abaixo, cresce o desconto de preço atribuído a minério-de-ferro de baixa qualidade.

Abaixo, cresce o desconto de preço atribuído ao petróleo "pesado" produzido no Canadá. 

Marink Martins, CNPI

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