Biff Tannen teria quebrado apostando no Brasil

16/05/2024

Amantes do cinema hão de lembrar do personagem Biff Tannen do filme "De volta para o futuro". Na segunda versão do filme, o vilão se apropria de informações do futuro que se provam extremamente lucrativas no passado. Pensando nisso, imagine se alguém te dissesse na virada do ano que, em meados de maio deste ano de 2024, estes seriam os retornos acumulados associados as seguintes commodities:

Penso que Biff Tannen (diante de tais informações) não hesitaria em se posicionar de forma alavancada em ativos brasileiros. Afinal, os retornos registrados na última coluna da direita (YTD 2024) apontam definitivamente para um mercado "RISK ON", com altas expressivas para as commodities metálicas assim como para o Bitcoin. #SQN!

A verdade é que o Brasil decepcionou nos últimos 5 meses. Os ativos listados no país foram definitivamente retardatários na competição por alocação de recursos globais. Veja os retornos acumulados ao longo de 2024 para os principais índices MSCI globais:

Eu que venho afirmando que, em termos nominais em uma janela de tempo de 5 anos, os ativos brasileiros irão ATROPELAR os ativos que compõem o índice S&P 500 venho sofrendo bastante!

Aqueles que acompanham estes comentários de mercado sabem que por trás desta expectativa residem argumentos associados a "energia potencial" associada à relação dos agregados monetários M2/M1, "valuation" e, principalmente, uma premissa de que estamos transitando para um mundo onde haverá uma menor necessidade de se manter elevados níveis de reservas internacionais denominadas em dólares americanos.

O Brasil tem sido um paraíso para o rentismo e, aparentemente, há sinais de que tudo deverá permanecer como está.

Neste sentido, penso que há espaço para acreditar que possamos entrar em um ciclo de maior crescimento nominal com menores pressões inflacionárias. Faço esta afirmação, pois sabe-se que a China está sendo forçada (pelos EUA e Europa) a direcionar boa parte do seu excedente de produção aos mercados emergentes. Tal evento poderá contribuir para uma menor inflação nestas regiões ao longo dos próximos anos.

Assim, a combinação de um governo petista destinado a expandir seus gastos unido a um cenário inflacionário mais benigno poderá fazer com que os ativos brasileiros de renda variável eventualmente se recuperem em relação ao observado no resto do mundo. Ainda nesta direção, teremos também uma eventual elevação do peso do Brasil na carteira MSCI Mercados Emergentes referente a inclusão de empresas brasileiras listadas nos EUA (XP, Nubank, e outras).

Em 2023, investidores focados em ativos brasileiros sofreram por boa parte do ano. No fim, entretanto, sorriram. Que em 2024 a história se repita!

Marink Martins


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