Dei um tempo da série "Guerra Comercial Sino Americana" pois
achei uma ainda mais fascinante... BIG SHORT TESLA
Sensacionalismo a parte, os últimos eventos envolvendo a
empresa e seu fundador, o carismático Elon Musk, são o prenúncio de que algo está
para ocorrer que poderá abalar os pilares que suportam um dos mais longos
ciclos de alta da bolsa americana.
Quem já acompanha os mercados há bastante tempo há de se
lembrar de eventos corporativos que representaram um ponto de inflexão nos
mercados. Neste sentido, podemos mencionar a revelação de fraudes contábeis que
provocaram a derrocada das ações da Enron em 2001 e da WorldCom em 2002 (os
acionistas da Embratel jamais esquecerão!!!). Alguns anos mais tarde, a
revelação de perdas por parte do Bear Stearns deu início a uma das maiores
crises da história recente.
Aqui no Brasil, a fraude associada as estimativas de reservas
da OGX não só devastou o império de Eike Batista mas também levou milhares de
investidores a registrarem enormes perdas patrimoniais.
Agora é chegada a hora da verdade para a mais famosa empresa
de carros elétricos do mundo - a TESLA. Avaliada em aproximadamente US$50
bilhões, a empresa exibe o mesmo valor de mercado que a GM, embora produza
somente 10% da quantidade de carros produzidos pela montadora tradicional.
Embora haja unanimidade quanto a qualidade superior dos veículos produzidos
pela empresa de Musk, é notório o fato de que a produção ficará muito aquém das
previsões. Para piorar, nos últimos meses é crescente o ceticismo dos agentes
de mercado, não só com relação a viabilidade da empresa, mas também com relação
a capacidade administrativa do próprio fundador.
Tudo isso transformou a TESLA em um BIG SHORT - a empresa com maior número de investidores especulando
sobre uma possível queda no preço de suas ações. A empresa conta com 170
milhões de ações emitidas, sendo que 117 milhões compõem o que é conhecido como
"free-float" - ações que estão fora das mãos dos controladores e circulam
livremente no mercado. Destas, aproximadamente 37 milhões de ações foram
tomadas emprestadas e vendidas a descoberto na esperança de que seu preço irá
despencar, permitindo que o "short seller" as recompre futuramente a um preço
significativamente inferior.