Este tipo de concentração de renda distorce de forma
significativa análises como esta ilustrada no gráfico mais acima. Afinal, se
excluirmos este 1% mais rico, a situação patrimonial norte-americana muda de
forma absurda.
Um outro fator, dentre inúmeros a serem observados para uma
análise mais robusta, está relacionada ao fenômeno conhecido como O VENCEDOR
LEVA TUDO. No mundo corporativo é cada vez mais comum vermos um único
participante abocanhar uma parcela significativa das vendas totais relacionadas
ao seu segmento de atuação.
Para finalizar, temos também nos últimos anos um declínio
significativo no número de empresas listadas nos EUA. De 1995 para 2015, o
número de empresas listadas caiu de 8,090 para 4,331. Em outras palavras, há um
menor número de emissores para absolver todo o excesso de liquidez gerado nos
últimos anos.
Sendo assim, devemos levar em consideração que a dinâmica
norte-americana é uma cada vez mais desigual em diversos sentidos. Há tempos, o
que realmente importa para respondermos se há ou não uma bolha na bolsa
norte-americana é o que acontece com os 10% mais ricos da população, e
provavelmente, com as empresas líderes em seus respectivos segmentos. O resto, infelizmente,
parece só servir para distorcer as médias.
Marink Martins