Convergentes vs. Divergentes

11/11/2020

Hoje comemora-se o dia dos veteranos de guerra nos EUA e o dia dos solteiros na China. É dia de promoção na Alibaba - dia do famoso 11/11. No entanto, quando o assunto é o mercado de ações, podemos falar que a semana (até o momento) tem sido de pura celebração para as ações veteranas; estejam elas aqui no Brasil ou lá fora.

O IBOV é um índice que conta com um peso expressivo do setor financeiro e de commodities. Com a disparada no preço das ações dos bancos e da Petrobras, é possível dizer que o rally de Natal foi antecipado. Ou será que há espaço para mais valorizações?

Ontem escrevi sobre o nosso comportamento hiperbólico quando o nosso índice vem se aproximando dos patamares de 93.000 (inferno) e 105.000 (paraíso). Estamos no paraíso e a guerra entre a turma da convergência (retorno à média) e a turma da divergência (caçadores de tendência) está animada.

Um dado importante que se faz presente diz respeito ao salto visto na taxa de juros dos títulos do tesouro americano de prazo de 10 anos. Na verdade, toda a curva de juros americana se inclinou recentemente. Há quem diga que isso é positivo; outros discordam veementemente.

O gráfico abaixo nos ajuda a compreender o dilema:

O gráfico expressa o diferencial entre o retorno embutido nas ações do índice S&P 500 ("earnings yield") e taxa de 10 anos do tesouro americano. Observe que, desde a notória "virada de mão" de Jerome Powell em janeiro de 2019, tal relação vem respeitando um determinado suporte.

Pois é, estamos ali, em um ponto onde, historicamente, uma alta adicional na taxa de juros provoca uma reação negativa no preço das ações. A única certeza que temos é que as próximas horas e dias serão de uma briga cada vez mais intensa entre convergentes e divergentes.

Marink Martins

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