Cresce a possibilidade de um acordo no G20

13/11/2018

Acima, Peter Navarro, assessor na área de comércio internacional do governo Trump, em palestra na última sexta-feira onde se rebelou diante das pressões de Wall Street por uma trégua nas tensões comerciais sino-americanas. 

Em entrevista concedida a CNBC, o assessor econômico de Trump, Larry Kudlow, foi extremamente duro ao criticar Peter Navarro, também assessor de Trump e uma das principais influências junto ao presidente no que diz respeito a iniciativa protecionista junto a China. 

Na sexta-feira, Peter Navarro, em um evento organizado pela Goldman Sachs, se rebelou diante da plateia composta por agentes do mercado financeiro e disse que qualquer acordo com a China deverá atender as demandas da Casa Branca e não de Wall Street.

O ocorrido traz a tona a velha guerra entre os globalistas - aqueles contra a imposição de tarifas e a favor de free-trade - e os nacionalistas - aqueles a favor da imposição de tarifas e da proteção da soberania tecnológica norte-americana. 

Ao assistir a entrevista de Kudlow interpretei que seu distanciamento de Navarro pudesse ser interpretado pelo mercado como algo positivo em prol de um acordo a ser estabelecido no fim do mês na reunião do G20 em Buenos Aires. 

Há um consenso de que ambos, Xi Jinping e Trump, necessitam de um acordo; cada um por razões específicas associadas as suas respectivas economias. 

No caso de Trump, a queda nos preços futuros da soja devido a já anunciada retaliação chinesa vem prejudicando os fazendeiros americanos e é algo que representa um enorme problema para Trump que já pensa em uma reeleição em 2020.

Já no caso de Xi Jinping, há um enorme interesse em estabilizar a economia chinesa e promover um pouso suave a uma economia que passa por um processo de desalavancagem.

Assim, especulo que a atitude de Kudlow hoje pode ser o prenúncio de um eventual afastamento de Navarro que permitirá ao governo americano uma trégua com os mercados.

Dito isso, há sinais claros de fragilidade no comportamento das ações americanas. Sendo assim, qualquer frustração diante das negociações poderá ser utilizada como uma razão para um eventual "sell-off" nos mercados.

Marink Martins


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