Crescem as preocupações com a economia europeia

22/06/2018

Muito se falou ao longo dos últimos meses sobre um possível retorno de pressões inflacionárias ao redor do mundo.

Um dos argumentos mais interessantes neste sentido é o fato de que os chineses passaram a se preocupar com questões como poluição, qualidade de vida, e outros fatores anteriormente ignorados. Por muitos anos, a orientação do governo central chinês que era passada aos líderes das províncias era algo tipo: "produza o máximo possível". Isto já não é mais o caso, e as consequências desta nova atitude já podem ser vistas na precificação de algumas commodities. Assim, os chineses que passaram 15 anos "exportando deflação" para o resto do mundo, deixariam de fazer isso.

Entretanto, a retórica em torno da inflação está mudando. E a razão para isso parece estar associada ao fraco crescimento econômico registrado na Europa.

Já se discute a respeito de uma intensificação dos problemas na Europa. A diferença entre as taxas de juros da Alemanha e Itália volta a preocupar pelo fato de projetar uma situação de insustentabilidade para a moeda europeia.

Se, de fato, voltarmos a conviver com um sentimento de aversão a risco na Europa, o mais provável é que o FED mude sua trajetória no que diz respeito a política de juros norte-americana.

Neste caso, é possível vermos a taxa de juros dos títulos de 10 anos dos EUA recuar para patamares mais próximos de 2%, invertendo a curva de juros.

E como isso impactaria a bolsa brasileira?

Desculpem-me por não oferecer aqui uma resposta objetiva. Eu, de fato, não sei. Entretanto, tal situação, mesmo que de forma turbulenta no início, poderá reduzir a atratividade da moeda americana e favorecer investimentos em mercados emergentes.

A principal mensagem aqui é que devemos voltar a olhar para a Europa com mais cuidado. Em particular, devemos monitorar de perto a taxa de juros de 10 anos dos títulos italianos. Você poderá fazer isso através de uma consulta ao site Bloomberg e/ou da CNBC.

Um bom fim de semana,

Marink Martins

Pode ficar calmo que o tema aqui é câmbio. Há quem diga que o mercado de câmbio tende a ser monogâmico por se concentrar de forma obsessiva em um único tema. Já a parte relacionada à perversão diz respeito ao fato de que esta obsessão muitas vezes desafia a razão.

É inquestionável o sentimento de desânimo que parece ter tomado conta do mercado acionário brasileiro desde o ápice atingido em 2021. E olhe que, em termos nominais, o retorno do Ibovespa desde o início da pandemia (2020) foi positivo -- próximo a 22%, ou aproximadamente 4% ao ano. Tal retorno, ainda que positivo, foi baixíssimo quando comparado ao...

Nesta semana gravei um vídeo sobre este título (para ver, clique aqui). Os rendimentos de longo prazo dispararam de 11,5% para quase 13%. No entanto, há razões para acreditar que as coisas vão melhorar a partir de agora:

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