Os EUA enviaram uma super delegação à China que inclui o secretário do tesouro, Steven Mnuchin, o secretário de comercio, Wilber Ross, o diretor do conselho econômico Larry Kudlow, o representante de comercio exterior, Robert Lighthizer, e finalmente, o conselheiro Peter Navarro. Serão dois dias de negociações intensas, e do outro lado da mesa estarão o presidente chinês, Xi Jinping, o vice presidente, Wang Qishan e o influente ministro da econômia, Liu He.
Se em 1971, uma visita secreta do diplomata americano Henry Kissinger trouxe a China para mais perto, existem boas chances de que a visita atual faça o oposto.
Na pauta: Fazer com que a China desista do projeto Made in China 2025.
O que é o projeto Made in China 2025? Trata-se de um plano ambicioso de transformar a China em um país auto-sustentável, líder na utilização de inteligência artificial e outras tecnologias de ponta. O governo chinês está dedicando mais de US$500 bilhões nesta iniciativa transformacional.
Os chineses, já antecipando as demandas americanas, já mandaram seu recado de que demandas relacionadas a tal iniciativa são inegociáveis.
Para o chinês o palco está armado para mostrar ao mundo a sua capacidade de liderança global.
Os Americanos, por sua vez, já têm um plano B com data marcada: Até a terceira semana de maio, irão impor sanções a investimentos chineses nos EUA. O caso ZTE foi só um "appetizer" sobre o que está por vir.
Já para o resto do mundo, existe uma elevada probabilidade de que um desfecho desfavorável tome a forma de uma guerra fria comercial com potencial de marcar o fim do longo período DES-inflacionário iniciado nos anos 80.
Marink Martins