Identificando sinais de estresse nos mercados

21/01/2022

Sabe-se que embora o FED exerça controle direto da taxa de juros de curtíssimo prazo na economia, em se tratando de taxas mais longas -- em particular, aquelas praticadas no mundo corporativo -- o "jogo" é diferente. O "spread" ou diferencial entre as taxas dos "treasuries" e as taxas corporativas abrem e fecham com base em diversos fatores. Dentre eles, a percepção de crescimento na lucratividade do setor corporativo é um dos principais fatores. 

Em seu texto publicado hoje, Charles Gave explora este tema e nos apresenta um gráfico interessante que compartilho abaixo, seguido de um áudio explicativo.

No espírito do tema explorado por Charles Gave, compartilho abaixo um gráfico que comprova justamente sua tese. Veja abaixo como a taxa das hipotecas de 30 anos vem subindo nas últimas semanas. Em outras palavras, o "spread" está ficando cada vez mais largo. 

A grande questão é a seguinte: será que o FED irá, de fato, cumprir com o aperto monetário que vem sendo comentado pela mídia? Ou será que é simplesmente uma retórica para fazer com que os mercados se ajustem de forma antecipada, e desta forma, fazer com que a economia (inflação) se ajuste por via do EFEITO RIQUEZA ("Wealth Effect")?

Este é o tipo de questionamento em que não há uma resposta imediata. Quem viver verá! Dito isso te deixo com as palavras finais de Charles Gave e suas recomendações defensivas:

My advice remains the same: (i) monitor the Vix and my financing spread daily, (ii) monitor the ratio between the S&P 500 and oil prices daily, (iii) sell US corporate bonds and adopt robust positions in Asian currencies, (iv) build anti-fragile positions comprising gold and Chinese bonds, (v) buy out-of-the-money Japanese yen calls and (vi) cut duration in all US assets, and for the very brave buy call options on both the Vix and US treasuries.

Traduzindo: monitore o VIX, monitore o spread entre o S&P 500 e o preço do petróleo, se livre de títulos de renda fixa dos EUA e compre títulos de renda fixa na Ásia. Monte uma carteira pensando em antifragilidade, composta de ativos como CGBs e ouro. Compre CALLs longos em contratos associados a moeda japonesa. Reduza o "duration" de todos os ativos em sua carteira. E para os mais ousados, compre CALLs associados ao VIX.

Marink Martins

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