MyVOL ThinkBOX - novidades quanto a guerra comercial

27/06/2019

Enquanto me preparava para promover algumas modificações na carteira de ativos internacionais que gerencio através da Inversa Publicações, fui surpreendido por um comentário de um dos estrategistas que mais respeito quando o assunto é a guerra comercial entre os EUA e a China.

Naturalmente, estou falando de Arthur Kroeber, chefe de pesquisa da Gavekal. Em relatório publicado nesta noite, o estrategista nos passa uma expectativa mais positiva com relação ao encontro entre Trump e Xi Jinping a ser realizado em meio a reunião do G20 neste fim de semana.

Neste momento Kroeber atribui uma elevada probabilidade de que as negociações sejam retomadas visando a assinatura de um acordo próximo ao fim de ano. Há uma percepção de que este seja o caminho mais interessante para ambos no curto prazo. Dentre as questões que vinham impedindo o acordo:

  • Demanda por parte dos chineses de que todas as tarifas sejam suspensas imediatamente. Aqui, é possível que os EUA optem por suspender boa parte das tarifas, deixando somente aquelas de 25% sobre US$50 bi de importação de produtos ligados ao setor de tecnologia.
  • Demanda por parte dos EUA de que medidas associadas a proteção de propriedade intelectual se tornassem lei na China. Esta exigência que era vista como uma violação à soberania nacional por parte dos chineses, parece ter avançado pois os próprios chineses aprovaram recentemente legislações que facilitam um acordo com os EUA.
  • Restrição a importações de semicondutores por parte da empresa de telecomunicações Huawei. Essa ainda é a parte mais polêmica, mas parece haver avanços.

Assim, embora esse cenário mais favorável delineado pela Gavekal não represente o fim da guerra comercial entre estes dois gigantes - a batalha na frente tecnológica continuará - é certamente uma mensagem mais positiva.

Eu que estava muito receoso com a possibilidade de um mercado mais nervoso, com uma elevação na volatilidade, já começo a atribuir um maior peso para um verão americano/europeu mais calmo, com mercados lateralizados e baixa volatilidade.

Marink Martins

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