"Never short a dull market!"

A tradução desta expressão não pode ser feita de forma literal. A minha passagem pelos mercados faz com que eu a traduza da seguinte forma: não aposte contra um mercado sem liquidez!

Observe que evitei utilizar "never" (nunca) na tradução, pois não devemos ser radicais em se tratando de um mundo complexo como o mercado de ações. Optei também por enfatizar a liquidez dos mercados ao traduzir o que, em inglês, pode ser considerado como "dull market" ("um mercado desinteressado" talvez seja uma tradução mais literal).

O fato é que neste início de verão no hemisfério norte, os mais otimistas estão ditando as regras. E, curiosamente, o otimismo contagia todo o mundo ocidental! Questões de natureza política -- como essa associada à compra da Covaxin -- em um passado distante, era mais que suficiente para retirar uns 2 pontos percentuais do valor das ações. Lembro-me bem dos efeitos na bolsa na ocasião do surgimento do "mensalão" do PT em 2005.

Mas o fato é que as bolsas estão fortes, impulsionadas pela busca por ativos de risco nos EUA. Me parece que quando há apetite dos investidores pelas ações da TESLA, abre-se a porteira para a valorização de diversos ativos considerados como "ativos de longa duração" -- aqueles em que a lucratividade ainda parece bem distante.

Neste caso, eu, que venho seguindo um tom mais pessimista, devo aproveitar o momento para estudar... ler relatórios e me preparar até a nova temporada de divulgação de balanços -- momento em que a análise fundamentalista voltará a ter, mesmo que momentaneamente, um pouco mais de respeito.