O IBOV está caro ou barato?

A bolsa brasileira representada pelo IBOV: cara ou barata?

Hoje em dia parece que o tema "polarização" está em toda parte. Vivemos um mundo mais radicalizado.

Quando o assunto é bolsa de valores, temos o já famoso embate entre "value" versus "growth" que, por aqui, pode ser mal traduzido por: ações de empresas "tradicionais" versus as da "nova economia".

Não considero a bolsa, medida pelo IBOV, uma pechincha como muitos dizem por aí. Acredito que um tema que ganhará tração ao longo dos próximos dois anos diz respeito ao risco de compressão de múltiplos; algo que ,em inglês, é chamado de "de-rating".

Dito isso, concluo convidando o leitor a refletir a respeito das seguintes afirmações:

"As ações dos bancos brasileiros parecem baratas, mas quando olho para a precificação do Wells Fargo, do Goldman Sachs, e dos bancos europeus, penso que podem ficar ainda mais baratas."

"As ações da Petrobras parecem baratas. No entanto, quando vejo que Chevron e Exxom estão com "dividend yields" de 8% e 11%, respectivamente, tenho cá minhas dúvidas."

"As ações da Magazine Luiza me parecem caríssimas. Contudo, quando olho para o "valuation" das empresas Mercado Livre e Shopify, penso que tais ações podem ficar ainda mais caras."

Em suma, barato relativo a que? Caro relativo a que?

"Red Mirage" ou "Big Blue Shift"

As duas expressões anglicanas referem-se ao mesmo risco. Retomo este assunto - tema explorado no MyCAP Tendências Globais desta semana (clique aqui para assistir) - pois a Bloomberg explora este tema em seu site justamente nesta sexta-feira.

Trata-se de um risco que, em minha opinião, não vendo sendo apropriadamente precificado pelos mercados.

Em 2018, na eleição para uma vaga no Senado representando o estado do Arizona, tivemos justamente isso. O candidato republicano saiu na frente e, conforme os votos por correios foram contabilizados, o resultado da eleição mudou em favor do candidato democrata.

Imagine você que algo desta natureza ocorra em nível nacional. A polarização política poderá levar os EUA a enfrentar inúmeras manifestações que poderão resultar em uma preocupante instabilidade social; incluindo aí a possibilidade de embate violento.

Um bom fim de semana a todos,

Marink Martins