O mercado Americano

Algo importante ocorreu no mercado americano nesta última sexta-feira

Nesta última sexta-feira testemunhamos uma derrocada nas ações ligadas ao setor de tecnologia norte-americano, com suas principais empresas registrando quedas expressivas (Apple -3,88%, Google, -3,41%, Microsoft -2,27%, Facebook -3,30%, Amazon -3,16%, Netflix -4,73%, Tesla -3,43%). O volume negociado no Nasdaq, ambiente dominado por tais empresas, foi quatro vezes superior a média histórica para uma típica sexta-feira. 

O mais impressionante, entretanto, foi que o principal indicador da bolsa americana, o índice S&P 500, ficou ESTÁVEL, registrando uma queda de somente 0,08%. Como pode um índice, cujas principais ações registram quedas de aproximadamente 4% , terminar o dia estável? Só há uma resposta, e esta é: rotação setorial. Na sexta-feira o mercado resolveu corrigir alguns excessos. Alguns culpam a conferência realizada pela Apple ao longo da semana que pode ter passado uma impressão para participantes do evento de que o Iphone 8 poderá sofrer em termos de agilidade devido a um conflito entre a fabricante e a Qualcomm. O mais provável, porém, é que o mercado tenha optado por uma pausa natural após tamanha apreciação nas ações ligadas ao setor de tecnologia. Ao longo do dia, rolaram intensos debates no canal CNBC sobre uma das empresas que mais vem se destacando neste ciclo de alta, a empresa de semicondutores Nvidia. O ponto principal deste Comentário, entretanto, é que investidores, ao venderem suas ações ligadas a tecnologia, optaram por direcionar seus recursos para ações do setor bancário, de energia, biotecnologia e, até para o setor de varejo tradicional, um dos que mais vem sofrendo nos últimos meses. A queda de ações de empresas bem administradas como a Nordstrom, vem atraindo investidores esperançosos com relação a um eventual fechamento de capital.

Esta semana será marcada pela reunião do Fed e pela retomada do debate quanto ao estabelecimento de um novo teto de endividamento do governo americano. O setor bancário americano necessita de uma sinalização de continuidade de inclinação na curva de juros para continuar atraindo novos investidores. Já, quanto ao velho tema do "teto", este representa um risco político relevante diante do recente enfraquecimento de Trump e consequente má-vontade do congresso americano com relação a figura do presidente. Por tudo isso mencionado, a semana que vem promete fortes emoções. Caso os eventos macroeconômicos agradem o mercado, é possível que o elevado volume testemunhado nesta sexta-feira se transforme em impulso para mais um movimento de alta das ações do índice S&P 500; algo que, se confirmado, deverá impactar positivamente outros mercados, inclusive o brasileiro.

Marink Martins