O mercado de juros já está virando baixista. Será que a bolsa segura?
Nos meus últimos Comentários busquei chamar atenção do leitor a dois fatores importantes e correlacionados:
- As falas de Steven Mnuchin (Secretário do Tesouro Americano) sobre a perspectiva de um dólar mais fraco.
- O fim de um longo ciclo deflacionário.
Entendo que o assunto seja um pouco árido, mas é essencial. O noticiário local vai tentar te colocar em um "mind set" de que a bolsa irá subir acima de 100.000 pontos e que você deve entrar comprando em caso de quedas.
Na verdade, a bolsa pode ir a 100.000 pontos da mesma forma que poderá cair a 70.000. Não se deixe iludir pela euforia. Nosso país sempre dependeu de investimento estrangeiro, e continuará dependendo. Estamos surfando uma onda fantasiados de emergentes, mas sabemos que os verdadeiros emergentes são os asiáticos.
Por isso, fique sintonizado na taxa de 10 anos do tesouro americano que superou 2,7%, já bem acima do retorno sobre dividendos do índice S&P 500. Fique atento a taxa de 5 anos da Alemanha que, pela primeira vez desde novembro de 2015, voltou ao terreno positivo.
Para mim, o fator mais importante influenciando os mercados é saber como se comportará o Banco Central Europeu (BCE). Eles já sinalizaram que irão deixar de injetar mensalmente 30 bilhões de euros a partir de novembro deste ano. Será que elevarão os juros? Esta é a pergunta na mente dos principais gestores.
Ontem, ao gravar o MyCAP Tendências Globais, falei sobre uma observação muito importante detectada por Louis-Vincent Gave após a 19ª reunião do partido comunista em novembro de 2017. A China não é mais a mesma. Olhe que isso vindo da Gavekal, uma empresa muitas vezes acusada de fazer apologia à China, é importantíssimo.
Estarei em São Paulo amanhã para mais um encontro no qual irei falar tanto sobre proteção como sobre economia global. Inscreva-se enviando um email para marketing@br.icap.com.
Marink Martins
www.myvol.com.br