And Now What?
E na última semana o nosso Ibovespa finalmente se recuperou do terrível ano de 2024 -- um ano marcado por uma tremenda aversão a risco associado as ações brasileiras.
Você que está sintonizado com o mercado internacional deve
estar ouvindo bastante sobre a curva de juros norte-americana. Volta e meia,
comentaristas de mercado discutem a respeito do rendimento dos títulos de 10
anos emitidos pelo tesouro norte-americano (os tais "10-year treasuries").
Recentemente, o rendimento de tais títulos chegou a superar o nível de 3% ao
ano, e isso provocou um certo nervosismo no mercado.
Pois é, a curva de juros (em inglês, "yield curve") nada mais é do que um gráfico ilustrando o rendimento de títulos de renda fixa de acordo com o seu prazo de vencimento. Normalmente, tal curva tem uma inclinação positiva condizente com uma expectativa de que quanto maior for o prazo do investimento, maior deverá ser seu rendimento. Entretanto, isso nem sempre acontece.
Há um dinamismo nesta curva de juros. Muitas vezes, buscando frear a economia devido a expectativas de maiores pressões inflacionárias, os bancos centrais elevam a taxa de juros de curto prazo. Com isso, a parte da frente da curva se eleva enquanto a parte mais distante (aquela com os títulos com prazo mais longo) nem sempre acompanha.
É isso o que vem acontecendo na economia norte-americana. Por lá, o FED vem elevando a taxa de curto prazo, levando-a para patamares considerados mais apropriados com o atual ciclo econômico. Contudo, este processo vem deixando a curva de juros mais achatada, pois os rendimentos atrelados aos títulos de prazos como 10 anos e 30 anos já não sobem na mesma proporção.
E quais seriam as implicações deste movimento?
Bem, historicamente, quando a diferença ("spread") entre o rendimento dos títulos de 10 anos e 2 anos foi inferior a 0,25% ("25 basis-points"), a economia americana entrou em recessão em um prazo de 18 meses a 2 anos.
Acima, um gráfico ilustrando a diferença ("spread") entre as taxas dos títulos de prazo de 10 anos e os de 2 anos. Tal diferença é medida em "basis-points", onde 1% é equivalente a 100 basis-points. Como podemos observar no gráfico, tal "spread" vem caindo, em um sinal de achatamento da curva, condizente com um cenário de iminente recessão.
Como você pode ver pelos gráficos acima, é justamente esta a realidade que paira sobre a economia americana. Será que os EUA estão prestes a entrar em recessão? Qual é a chance deste indicador representar um alarme falso?
São estas as questões em que os principais estrategistas globais estão se debruçando.
É impossível fornecer uma resposta precisa a tais perguntas. Eu não sei e duvido que alguém, de fato, saiba. Tudo isso é algo que devemos monitorar diariamente, ir avaliando o cenário a cada dia e ir adequando a nossa carteira de investimentos de uma forma condizente com os riscos presentes nos mercados.
Marink Martins
E na última semana o nosso Ibovespa finalmente se recuperou do terrível ano de 2024 -- um ano marcado por uma tremenda aversão a risco associado as ações brasileiras.
Olhando os dados de produção da Petrobras, pergunto:
A eleição na Alemanha, marcada para o dia 23/fev, tem o potencial de ser um dos eventos mais relevantes do ano, por trazer consigo a possibilidade de uma expansão fiscal no velho continente.