O que vem a ser a curva de juros? Como o seu formato afeta os mercados?

16/07/2018

Você que está sintonizado com o mercado internacional deve estar ouvindo bastante sobre a curva de juros norte-americana. Volta e meia, comentaristas de mercado discutem a respeito do rendimento dos títulos de 10 anos emitidos pelo tesouro norte-americano (os tais "10-year treasuries"). Recentemente, o rendimento de tais títulos chegou a superar o nível de 3% ao ano, e isso provocou um certo nervosismo no mercado.

Pois é, a curva de juros (em inglês, "yield curve") nada mais é do que um gráfico ilustrando o rendimento de títulos de renda fixa de acordo com o seu prazo de vencimento. Normalmente, tal curva tem uma inclinação positiva condizente com uma expectativa de que quanto maior for o prazo do investimento, maior deverá ser seu rendimento. Entretanto, isso nem sempre acontece.

Há um dinamismo nesta curva de juros. Muitas vezes, buscando frear a economia devido a expectativas de maiores pressões inflacionárias, os bancos centrais elevam a taxa de juros de curto prazo. Com isso, a parte da frente da curva se eleva enquanto a parte mais distante (aquela com os títulos com prazo mais longo) nem sempre acompanha.

É isso o que vem acontecendo na economia norte-americana. Por lá, o FED vem elevando a taxa de curto prazo, levando-a para patamares considerados mais apropriados com o atual ciclo econômico. Contudo, este processo vem deixando a curva de juros mais achatada, pois os rendimentos atrelados aos títulos de prazos como 10 anos e 30 anos já não sobem na mesma proporção.

E quais seriam as implicações deste movimento?

Bem, historicamente, quando a diferença ("spread") entre o rendimento dos títulos de 10 anos e 2 anos foi inferior a 0,25% ("25 basis-points"), a economia americana entrou em recessão em um prazo de 18 meses a 2 anos.

Acima, um gráfico ilustrando a diferença ("spread") entre as taxas dos títulos de prazo de 10 anos e os de 2 anos. Tal diferença é medida em "basis-points", onde 1% é equivalente a 100 basis-points. Como podemos observar no gráfico, tal "spread" vem caindo, em um sinal de achatamento da curva, condizente com um cenário de iminente recessão.

Como você pode ver pelos gráficos acima, é justamente esta a realidade que paira sobre a economia americana. Será que os EUA estão prestes a entrar em recessão? Qual é a chance deste indicador representar um alarme falso?

São estas as questões em que os principais estrategistas globais estão se debruçando.

É impossível fornecer uma resposta precisa a tais perguntas. Eu não sei e duvido que alguém, de fato, saiba. Tudo isso é algo que devemos monitorar diariamente, ir avaliando o cenário a cada dia e ir adequando a nossa carteira de investimentos de uma forma condizente com os riscos presentes nos mercados.

Marink Martins

Venho, ao longo dos últimos meses, expressando otimismo em relação aos ativos de renda variável no Brasil. Dentre os argumentos, expresso a concentração das bases acionárias, a relação M2/M1, o baixo múltiplo de P/L, o crescimento da lucratividade e outros. Observe que pouco falo por aqui sobre a eleição de 2026. Acredito que o "bull market"...

Aqui no MyVOL não é de hoje que expresso o meu otimismo em relação ao Ibovespa. Aquele que acompanha o meu trabalho certamente já me ouviu falar sobre alguns dos argumentos favoráveis a uma visão otimista em relação ao Ibovespa. Dentre eles, posso citar:

Olá, aqui é o Marink Martins e quero te dar boas vindas ao MyVOL Premium - o meu serviço de análises e curadoria internacional cujo objetivo é fazer com que você esteja sintonizado com os mercados globais.

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