O tema "liquidez" tende a ganhar importância nos próximos meses

03/08/2018

Ontem o assunto dominante na mídia foi, sem dúvida, a conquista da Apple de ter atingido uma capitalização de mercado de um trilhão de dólares. Contudo, me chamou atenção um tópico que venho explorando por aqui, mas que a mídia financeira vem ignorando: o crescente endividamento do governo americano.

Trump vem estimulando a economia através de cortes de impostos, mas pouco tem sido feito no que diz respeito a cortes de despesas. Aos poucos, o tema liquidez começa a ganhar espaço na mídia.

As autoridades monetárias começam a retirar os estímulos implementados ao longo de diversos anos. O FED saiu na frente. Se considerarmos isto como uma tendência, devemos nos preparar pois algumas "bolhas" serão inevitavelmente desinfladas.

Neste sentido, vale mencionar alguns exemplos que ilustram uma certa vulnerabilidade diante de um eventual problema de liquidez global. 

Nos últimos anos a expressiva expansão econômica chinesa contribuiu para uma forte apreciação nos preços de imóveis de duas cidades consideradas "queridinhas" do novo rico daquele país: Vancouver e Sidney.

O gráfico acima ilustra a trajetória de preços dos imóveis em Vancouver desde 1977 (linha azul).

Dados dos últimos meses, entretanto, mostram que todo este ímpeto pode estar chegando ao fim. As tensões comerciais entre EUA e China já começam a se manifestar em diversas frentes, desde o mercado acionário até o valor do próprio iuane.

Em matéria recém-publicada no Zero Hedge, é divulgado que as vendas no mercado imobiliário de Vancouver caíram de forma significativa quando comparado ao mesmo período em 2017. De acordo com o Conselho Imobiliário de Vancouver, as vendas em julho recuaram 14.6% em comparação a junho, significando uma queda de 30% em comparação ao mesmo período em 2017.

Como de praxe no mercado imobiliário, o mercado perde liquidez mas os preços demoram um pouco mais a cair. 

Um bom fim de semana a todos,

Marink Martins


A húbris ou hybris é um conceito grego que pode ser traduzido como "tudo que passa da medida; descomedimento" e que atualmente alude a uma confiança excessiva, um orgulho exagerado, presunção, arrogância ou insolência, que com frequência termina sendo punida.

A mídia financeira não para de fazer alarde no que diz respeito à falta de apetite dos investidores estrangeiros. Foi publicado ontem no Valor Econômico:

A imagem abaixo busca classificar os detentores de ações emitidas por empresas americanas entre as seguintes modalidades: famílias (Households), fundos passivos, fundos indexados (ETFs), fundos ativos, fundos de pensão, investidores estrangeiros, "hedge funds", empresas, e outros. A imagem é um tanto polêmica, pois apresenta o valor de mercado do...

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