Os mercados emergentes fizeram topo!

04/02/2021

A afirmação acima veio de Jonathan Garner, estrategista chefe para Mercados Emergentes - Ásia no Morgan Stanley. Garner nos apresenta oito fatores que corroboram com a sua visão mais pessimista. São eles:

  • Recuo no preço do cobre; commodity que está positivamente correlacionada ao comportamento dos mercados emergentes.
  • Interrupção no processo de expansão de ativos dos principais bancos centrais (FED, ECB, BoJ, PBoC).
  • Reação exagerada dos mercados quanto a tese de reflação da economia global.
  • Aperto de liquidez na China. A expansão de crédito na China está bem mais contida do que aquela vista nos anos anteriores.
  • A moeda americana parou de se desvalorizar. O DXY já voltou para 91!
  • As projeções de lucros já não encantam os agentes como no passado.
  • Os fluxos de recursos para os fundos de ações -- do fim de dezembro ao fim de janeiro -- foram condizentes com a euforia vista nos mercados.
  • Assim como o cobre, as ações coreanas também parecem ter feito um topo. Tais ações normalmente lideram os ciclos de investimentos nos mercados emergentes.


Complemento os argumentos de Garner chamando atenção a dois fatoresÇ

  • Nos EUA fala-se em "gamification of Wall Street". Coloco de forma mais simples e direta: nas ações "small caps" americanas está rolando uma jogatina desenfreada. Olhe a composição do índice Russell 2000 e verás que este é liderado por PlugPower, Gamestop e Penn National Gambling. Voce provavelmente já viu o gráfico da Gamestop. Agora veja o das outras duas e concluirá que o mais provável é vermos um recuo no índice Russell 2000.
  • No Brasil, se tudo der certo, fevereiro irá registrar um volume recorde de 22 bilhões de reais em IPOs - no passado, isso representava um dreno de liquidez. Além disso, é impressionante a falta de critério dos investidores ao embarcar nestes IPOs. Essa festa não terminou bem na década passada, e a precificação das ações nos lançamentos era bem mais convidativa.

Marink Martins

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