Otimismo em meio a um possível “CRACK-UP BOOM”

02/03/2021

A queda desta abertura, embora não configure o que chamo de "sangue nas ruas", me parece uma oportunidade de compra de alguns ativos.

O leitor certamente já sabe que prefiro ativos de empresas rentáveis e sou um grande cético destas novas teses em ativos considerados "long duration assets".

Este meu otimismo momentâneo não tem muito a ver com o cenário doméstico, mas sim com o que o economista austríaco Ludwig Von Mises chamava de "CRACK-UP BOOM".

Em breve veremos uma das maiores expansões fiscais nos EUA desde a segunda guerra mundial. Esse fenômeno poderá levar a mais uma pernada exponencial de alta nos mercados, apesar da enorme deterioração nos fundamentos da economia.

Que há um processo de latinização dos EUA poucos questionam. É impressionante a deterioração vista por lá no que diz respeito à distribuição de renda e de dependência do estado. Especula-se que um em cada três americanos dependa do estado de uma forma ou de outra.

Dito isso, os preços dos ativos financeiros já se mostraram sensíveis às injeções monetárias. E elas tendem a se intensificar nos próximos meses.

Confesso que não me sinto à vontade ao sugerir, no momento atual, que esta seja uma oportunidade de compra. O leitor sabe o quanto me preocupo com a possibilidade de vermos uma enorme compressão de múltiplos nos mercados.

Todavia, considerando o movimento recente de aversão a risco no Brasil, acredito que se abriu uma janela de oportunidade. Enquanto o índice S&P 500 estiver rondando o nível de 3.900 pontos, acredito que a compra de ativos com o IBOV abaixo de 110.000 TENDE a se provar um bom investimento de curto prazo. Aqui é importante deixar claro não só o aspecto condicional, mas também probabilístico, do que busco transmitir.

Marink Martins

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