Perspectivas de curtíssimo prazo

24/05/2020

Busco me ater as questões econômicas por aqui. Por isso vou driblar a questão do vídeo ministerial. Sendo assim, mantendo o foco internacional aqui do MyVOL, chamo sua atenção ao fato de que os países europeus conhecidos como "frugal 4" (Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia) estão se manifestando contra a iniciativa da França e da Alemanha de distribuir 500 bilhões de euros aos países necessitados. Eles desejam que tal distribuição seja feita via empréstimos ao invés de doações ("grants"). Será que teremos um movimento reverso ao que vimos nesta semana, com o dólar se fortalecendo e o euro voltando a preocupar o mundo financeiro?

Sobre a valorização do índice no AfterMarket desta sexta-feira, creio que, de forma aproximada, em conta de padaria, a alta das ações foi condizente com um IBOV por volta de 83.400. O futuro andou mais, fechou a 84.300. Uma maior liquidez e uma reação emocional contribuíram para uma maior valorização do futuro do IBOV.

Na segunda-feira o impacto emocional se dissipa e a reação tende a ficar mais fundamentada. Caso o conteúdo represente, de fato, uma maior força da equipe econômica para aprovar reformas, é possível uma continuidade do movimento. Não tenho uma opinião clara.

Não devemos negligenciar o que está em curso no mundo de forma alguma. Notícias vindas da China e da Europa, conforme esta mencionada no primeiro parágrafo.

Observe que, para o investidor internacional, neste momento não há muita diferenciação entre os emergentes. Para eles, é tudo uma questão de "dollar funding". Se o DXY (dólar index) for acima de 102, e eventualmente romper o 104 (está distante neste momento, 99,80), o mundo entra em modo aversão a risco ("risk off") com relação aos emergentes.

Ontem, escrevi aqui sobre a relação conhecida como PUT-to-CALL Ratio. Trata-se de uma relação entre o número de contratos em aberto das PUTs com relação aos contratos em aberto das CALLs. Em momentos de complacência, o mercado tende a não comprar PUTs, e aí, esta razão fica mais baixa. Por um outro lado, em momentos de desespero, todos querem comprar PUTs, contribuindo para um alta nesta razão. Em suma, acredita-se que este é um indicador antecedente. Já monitorei esta relação por aqui, na Petrobras, e não consegui derivar muito valor desta informação. Dito isso, parece apresentar uma maior relevância estatística em se falando do índice S&P 500. Segue o gráfico:

Marink Martins

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