Proteja-se

06/09/2017

Ontem o dia foi marcado por uma forte correção de preços nas ações justamente no momento em que o índice se aproximava de sua máxima histórica. Confesso que tal máxima é quase irrelevante, por diversas razões. Primeiramente, como já escrevi aqui algumas vezes, o índice lá de traz é bem diferente da métrica atual. Nos últimos anos, não só alteramos a forma como calculamos o Ibovespa, mas também tivemos mudanças expressivas em sua composição, de forma que traçar uma reta conectando pontos históricos do Ibovespa chega a ser nonsense. De qualquer maneira, voltando ao dia de ontem, seu movimento foi marcado por um volume expressivo. O preço da ação da Vale finalmente cedeu. Isso ocorre justamente em um momento em que a moeda chinesa faz máxima! Será que os pessimistas com a China, como o pessoal da Verde Asset, estariam tão errados assim? Eu acredito que não. Ao longo de todo ano especulou-se que o governo chinês faria o necessário para manter a estabilidade na economia durante o Plenário de outubro/17; aquele que levará Xi Jinping a mais um mandato. Acho que é isso que vem ocorrendo. Uma outra empresa importante a ser considerada é a Ambev. Hoje o BTG Pactual comenta a respeito dos dados referente à vendas de cerveja para o mês de julho. Embora o banco os classifique como animadores, complementa afirmando que a precificação das ações da Ambeb está elevada demais, e por isso, mantem-se neutro com um preço alvo de R$17,50. As últimas semanas foram empolgantes para os investidores domésticos comprados em siderurgia e varejo. Alguns papéis subiram sem muito volume, embalados por um otimismo um tanto precipitado.

Não quero aqui virar a mão e sugerir que invetidores devam sair da bolsa, ou ficar vendidos. Por esta razão, o investidor deve considerar alternativas como venda do índice futuro da bovespa e/ou venda coberta de opções como uma forma de preservar o lucro obtido ao longo das últimas semanas. Crescem as tensões geopolíticas, e a relação comercial entre os EUA e a China está no centro do debate. Embora pouco provável que venha ocorrer, em caso de uma maior polarização, como se comportaria o Brasil em tal situação? Certamente, precisamos de um cenário de economia global benigno para que continuemos a receber investimentos de ambos.

Marink Martins, CNPI

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