Que desdém é esse?

13/07/2023

Há claros sinais de capitulação em tudo que leio nesta manhã. Seja na casa de pesquisa Gavekal, onde Anatole Kaletsky conduz o seu leitor a um importante questionamento a respeito da persistência da inflação norte-americana, ou na Datatrek, onde a equipe de Nick Colas praticamente declara vitória do FED e afirma que o "pouso suave" ("soft landing") está em curso.

O dólar, medido pelo "dollar index - DXY", está de volta ao patamar de 100,33, tendo batido 115 em outubro do ano passado. Enquanto isso, as 7 magníficas -- Apple, Microsoft, Google, Amazon, Nvidia, Meta e Tesla -- seguem se valorizando a despeito de "valuations" esticados. A grande pergunta é: qual será o catalisador para fazer com que investidores globais optem por uma diversificação em busca de ativos baratos ao redor do mundo.

No gráfico abaixo temos a relação de Preço/Lucro dos principais índices globais. Observe que o P/L da bolsa brasileira está em 8x, tendo oscilado desde 2003 entre aproximadamente 6x e 16x. Já a carteira MSCI Mercados Emergentes (o último à direita) está em 13,3x. Chama atenção o fato de que o P/L da bolsa da Índia, Taiwan, Tailândia e Coréia do Sul estão próximos aos seus pontos máximos, enquanto as demais bolsas negociam com P/L próximo das mínimas históricas.

Até mesmo o México que, do ponto de vista econômico, está geograficamente localizado em uma posição estratégica (colado nos EUA) negocia com um P/L relativamente baixo (12,3x). Qual será a justificativa para este desdém em relação a países latinos e do oriente médio?

Marink Martins


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