Quem será o quinto cavaleiro do apocalipse?

24/11/2017

No livro de "The Four - The hidden DNA of Amazon, Apple, Facebook and Google" escrito pelo celebrado professor de "brand strategy" da Universidade de Nova York, Scott Galloway, o autor nos fala sobre estas quatro empresas e as denomina como osquatro cavaleiros do apocalipse em uma alusão ao livro sagrado do cristianismo - O livro do Apocalipse - também conhecido como O livro da revelação. Estas empresas trazem consigo uma narrativa convincente que, de uma forma ou de outra, invadem nosso inconsciente com uma mensagem que transmite liderança, luxo, e apelo sexual. Já no final de sua obra, assim como no livro bíblico, Galloway explora a possibilidade de um quinto cavaleiro; um que seja capaz de tomar para si nossa atenção e carinho e se tornar onipresente em nossas vidas. Quem seriam as candidatas?

Alibabá - A gigante chinesa já é a maior varejista do mundo. Em seu mais recente "Singles´Day", celebrado a cada ano no dia 11/11, a Alibabá chocou o mundo ao anunciar um faturamento superior a US$25 bi em um único dia. Apesar de seu sucesso, Galloway acredita que a empresa não dispõe de uma narrativa que valorize sua marca. O mundo ainda desconfia muito de produtos chineses. A empresa, apesar de colossal, ainda é uma história restrita à China. Além disso, a Alibabá não dispõe de acesso a capital vasto e barato de forma similar à Amazon, por ausência de transparência e por uma estrutura de capital complexa que muito contribui para um ceticismo por parte de investidores.

Tesla - De acordo com Galloway, Elon Musk, talvez seja o maior contador de histórias da humanidade. E ele diz isso no bom sentido! A Tesla, mesmo vendendo 3% do volume de veículos vendidos pela Ford, conseguiu superá-la em termos de valor de mercado. Na mente do investidor, investir nas ações da Tesla é como se você pudesse voltar no tempo e investir nas ideias de Thomas Edison. Mais do que o"sex appeal" do Tesla Model S, ou mesmo de sua capacidade tecnológica, o grande diferencial da empresa encontra-se no grau de proximidade estabelecido entre seu fundador, Elon Musk, e seus clientes. Para Galloway, o grande desafio reside na capacidade de "escalar" tal ativo intangível.

Uber - Provocadora de uma das maiores disrupções dos últimos anos, a Uber chegou a atingir um "valuation" de US$70 bi. Embora onipresente, a falta de integração vertical representa enorme vulnerabilidade. Galloway diz que o conceito Uber veio para ficar, mas a empresa em si, não necessariamente. A confusão gerada por toda a controvérsia ao redor de seu fundador, entretanto, já diminuiu, de forma significativa, o valor da empresa.

Walmart - Com 12.000 lojas e uma narrativa associada a preços baixos, a gigante do Arkansas não pode ser descartada de vez. A falta do benefício da dúvida, entretanto, faz com que investidores imponham um desconto no múltiplo de mercado de suas ações relativo ao visto nas ações de sua concorrente Amazon. O grande entrave para que a Walmart se una aos "quatro cavaleiros" acima é a própria existência da Amazon.

Microsoft - Temida por todos na década de 90, a Microsoft continua a ser uma empresa dominante no mundo corporativo através de produtos como o Windows, Office, Visual Studio e SQL Server. Lidera fácil a aposta para ser o quinto cavaleiro com suas iniciativas em computação em nuvem, através da iniciativa Azure, e em mídia social, desde a aquisição da Linkedin. Na primeira iniciativa, a Microsoft bate de frente com a Google e com a Amazon. Já na segunda, tem a Facebook como seu principal concorrente.

IBM - a IBM de hoje nada tem a ver com a "big blue" do passado. A empresa que se transformou em uma empresa de serviços, tem no seu software de inteligência artificial Watson a expectativa de viver uma nova aproximação com o público consumidor. Importante participante no segmento de computação em nuvem, a IBM corre por fora, com um custo de capital relativamente superior a de suas concorrentes.

Outras concorrentes: Verizon, AT&T, Comcast e Time Warner.

Para Galloway, o surgimento de um quinto cavaleiro está mais associado a possíveis "vacilos" dos quatro existentes do que da vontade de seus candidatos.

Marink Martins, CNPI

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