Retrações em meio a um PIB ainda em expansão

08/10/2019

Normalmente quando falamos de expansão econômica nos referimos ao crescimento do produto interno bruto que pode ser facilmente compreendido pela seguinte fórmula:

Embora haja sinais de desaceleração no PIB global, espera-se que este ainda cresça em um ritmo ligeiramente inferior a taxa de 3% ao ano. Boa parte deste impulso vem de países como a China e a Índia que ainda registram taxas de crescimento impressionantes.

Mesmo assim, devemos observar que dentre as partes que compõem a equação do PIB há segmentos que estão em retração. Em particular, no mundo desenvolvido há uma espécie de recessão no que diz respeito aos investimentos em capital fixo (em inglês, CAPEX - "capital expenditures").

Tal retração vem sendo retratada quase que mensalmente através de indicadores como PMIs. Há quem afirme que nos EUA isso ocorra devido às incertezas associadas às iniciativas protecionistas de Trump que geram uma enorme insegurança aos executivos do mundo corporativo. Já na Europa a retração está mais ligada a indústria. Problemas no setor automotivo combinados com incertezas nas relações comerciais com os EUA e com o Reino Unido certamente pesam.

Na Ásia o segmento que mais preocupa na equação do PIB parece ser aquele associado a balança comercial. As exportações da Coreia do Sul caem a cada mês por razões associadas aos problemas mencionados acima.

Já no Brasil, o PIB cresce de forma muito tímida devido a uma redução nos gastos do governo. A necessidade de conter o endividamento do governo federal faz com que a economia não conte com o impulso fiscal presente no início desta década.

Contudo, os bancos centrais lutam de forma ferrenha na busca por tentar suavizar os impactos negativos mencionados através de uma política monetária mais frouxa. Até onde vai a capacidade de influência destas instituições? Essa é uma questão relevante e que deverá contribuir para que 2020 seja um ano mais turbulento do que os anteriores.

Marink Martins  

www.myvol.com.br