Será que o Iphone perderá seu "appeal" assim como ocorreu com o Macintosh nos anos 90?

25/02/2018

Hoje a Samsung lança o Galaxy S9, um smartphone desenvolvido para concorrer com o Iphone X. Ao ver os detalhes do lançamento lembrei da minha época de faculdade em Jacksonville na Florida onde, no início da década de 90, estudantes disputavam de forma ferrenha a oportunidade de usufruir de um Mac. Naquela época a diferença entre um Mac e um PC/Windows era imensa.

Com o tempo, entretanto, tal diferença foi ficando cada vez mais imperceptível. Com o lançamento do Windows 95, aquela preferência por Macs já não fazia mais sentido. Era uma outra época, e a Apple ia muito mal. Em 1998, por muito pouco a empresa não foi a falência. Com o retorno de Steve Jobs naquele ano a empresa passou a trilhar um novo caminho e se tornou a maior empresa listada do mundo.

Comparar o Macintosh ao Iphone talvez seja uma enorme aberração. Embora ambos exibam o "bom gosto" de Steve Jobs, o smartphone atingiu uma fama impensável, se tornando o produto mais vendido de todos os tempos e o mais rentável dentre os smartphones.

Sabe-se que, historicamente, a concorrência pode até demorar um pouco, mas eventualmente consegue diminuir algumas vantagens competitivas de um líder . Em termos de funcionalidades, o Galaxy S9 supera o Iphone em diversas delas.

Aonde a concorrência realmente tem dificuldades de desbancar o Iphone está no quesito "coolness"!

Ao contrário de um desktop, um smartphone é um acessório carregável. Algo como uma bolsa para uma mulher, ou um relógio para um homem. E é exatamente aí que a Apple, com suas suas lojas estrategicamente posicionadas ao lado de lojas como Cartier, Louis Vitton, Channel e Hermes, tem a oportunidade de manter uma distância considerável da concorrência.

Não é a toa que moradores de Manhattan preferem um Iphone enquanto aqueles de New Jersey, mais focados em uma melhor relação custo/benefício, preferem um cujo sistema operacional é Android.

Dito isso, o mercado sabe muito bem da vulnerabilidade associada ao fato da Apple derivar grande parte de sua receita de um único produto. Ao contrário da Amazon que negocia a um múltiplo superior a 100x o lucro projetado para o próximo ano, as ações da Apple negociam a múltiplos magros próximos a 15x, refletindo todo o ceticismo discutido aqui.

Marink Martins