Sinais vitais do mercado

20/11/2018

Se você olha para os FANGs ou para as empresas de semicondutores como Nvidia e AMD, o cenário internacional se mostra assustador.

Dito isso, vale observar que o VIX ainda está em 23%. Bem acima da média dos últimos anos, de 14%, mas ainda longe de um patamar associado a uma crise. Neste patamar, prepare-se para oscilações diárias entre 1% e 2%.

Um outro indicador importante é o índice de correlação setorial que está na casa de 47%.

Assim como o VIX, também está bem acima da média dos últimos anos. Mesmo assim, também está longe de indicar um mercado onde todos os setores se desvalorizam de forma conjunta, com uma correlação que se aproxima de 100%. Na crise de 2008, tal indicador foi a 80% com um VIX a 85%.

Preocupações com o crescimento econômico global fazem com que agentes do mercado clamem por um pausa por parte do FED. 

Em destaque, chama atenção a queda de aproximadamente 7% no preço do petróleo. Com isso, o ETF OSX, associado a empresas de serviços na área de petróleo, despenca 6% e contribui para uma queda de magnitude similar para os ADRs da PETR4.

Neste exato momento, Rick Santeli, comentarista da CNBC localizado em Chicago, comenta se surpreender, em meio a todo o caos nos mercados, com a taxa dos títulos de 10 anos do tesouro americano ainda acima de 3%.

Curiosamente, este é um tema em que Louis-Vincent Gave, fundador da Gavekal, vem explorando em demasia. 

Com o governo americano atolado em uma dívida crescente, o próprio governo produz o que é conhecido no mercado como um efeito de "crowding out", onde recursos que deveriam ser utilizados pelo setor privado acabam sendo direcionados para financiar um governo endividado. Nós, brasileiros, conhecemos tal fenômeno como ninguém.

Paralelamente, Mohammed El-Erian, um outro dito guru de mercado, comenta que o problema não é um ceticismo quanto ao crescimento econômico dos EUA, mas sim uma preocupação com o que ocorre no resto do mundo. 

Seja o que for, o que importa neste momento é que CRESCE a possibilidade de estarmos transitando de um Bull Market para um Bear Market.

Se for este o caso, tal transição não ocorre de forma gradual, mas sim com choques que se traduzem em saltos na volatilidade de preço dos diversos ativos globais.

Finalizo aqui, buscando tranquilizar o assinante MyVOL de que há espaço para ganhos mesmo em mercados baixistas. O mais importante neste momento, entretanto, é fazer uma leitura crítica de sua posição em meio testes de estresse para que você possa dormir em paz.

Qualquer dúvida, conte comigo. 

Marink Martins


www.myvol.com.br