Sobre a convenção do PSOL

22/07/2018

Escrito por Mariana Ratão para o MyVOL

"Não serei eleito pelo pregão da Bolsa, diz Boulos''

Na tarde deste sábado, dia 21, com girassóis em punho e gritos de guerra, o PSOL anunciou em sua Convenção Eleitoral a confirmação da candidatura de Guilherme Boulos e Sonia Guajajara. Está na coligação também o PCB (Partido Comunista Brasileiro); e apoio recebido dos movimentos sociais MTST, Mídia Ninja, UJS (União Juventude Socialista) e Juntos (movimento jovem do PSOL).

Boulos, conhecida figura do MTST, disse que a candidatura não apresenta somente um projeto de 2018, mas o projeto de uma geração. O candidato elencou 3 desafios como cruciais para o PSOL: "enfrentar o golpe de Michel Temer e tirar o país da crise; enfrentar os privilégios daqueles que se dizem donos do Brasil; e ter compromisso com os nossos princípios''.

Dentre as falas dos militantes e candidatos, foram citadas como pautas a revogação da lei do teto de gastos, a taxação de grandes fortunas e heranças, a reforma agrária, a reforma habitacional, a legalização do aborto, e a desmilitarização da polícia. O judiciário, segundo Boulos, quer decidir as coisas "no tapetão", e está "criminalizando movimentos sociais". Bolsonaro e General Villas Boas - este último que está encontrando candidatos à presidência para sabatiná-los - foram criticados, pois Boulos disse que o partido não irá bater continência para ninguém. Purista, o discurso do PSOL enfatizou o fato de não fazer alianças com o mercado - e sim com a "população mais pobre e trabalhadores" - resgatando o discurso dilmista desenvolvimentista brasileiro, de que se precisa fortalecer a indústria nacional, as estatais, e o Brasil, contra os grupos multinacionais.

O mercado e o "1%" foram chamados de inimigos do povo, reforçando o evidente antagonismo do PSOL frente ao que veem como culpados pela "retirada de direitos do povo".

Por fim, aos gritos de "Não é mole não, o presidente que faz ocupação", a convenção do PSOL terminou com alusões à esperança e convocação da militância - resta saber qual será o lado escolhido pelo PSOL em eventual segundo turno.

Dadas as controvérsias acerca da prisão do ex presidente Lula e a derrocada recente da esquerda no plano ideológico brasileiro, as lideranças de esquerda não sinalizam até o momento possuírem nem intenção nem força eleitoral para agregar em torno de si uma candidatura única - pois somente neste caso conseguiria ir para o segundo turno com folga. PSOL, PT e PCdoB são comidos pelas bordas pela candidatura de Ciro Gomes, ao que se indica que pela personalidade controversa, herdará os votos antes personificados na figura de "homem do povo" do ex presidente Lula. Com isto, Ciro Gomes poderá fazer frente ao tranquilamente coligado Geraldo Alckmin (PSDB) e o popular e polêmico Jair Bolsonaro (PSL); saindo deste time o vencedor que decidirá os rumos das políticas monetárias e do Banco Central em 2019. O que teremos nesta semana?

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Os últimos dois anos foram sensacionais para o investidor focado em ações de empresas norte-americanas. Abaixo, temos um gráfico de "Trailing Real Returns" do S&P 500 desde 1960. Este gráfico nos mostra o retorno real do índice em janelas de 2 anos.

Ainda que o momento atual não seja, nem de perto, um associado a uma crise financeira clássica, os últimos eventos deixaram muitos investidores "machucados". Afinal, no último mês tivemos 3 eventos que historicamente foram catalisadores para fortes valorizações das ações brasileiras. Refiro-me aos seguintes eventos:

Venho argumentando que, por trás do "rally" visto no preço das ações chinesas, há, dentre muitos fatores, um associado à rivalidade entre a China e a Índia. Explorei este tema em maiores detalhes neste vídeo que você pode acessar clicando aqui.

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