Ao longo dos últimos anos, a história da bolsa americana tem
sido uma associada a forte valorização das ações do setor de tecnologia. Tal
setor ganhou tamanha relevância que sua participação no índice S&P 500 se
tornou uma fonte de preocupação para muitos analistas que passaram a
classificar o movimento como insustentável.
E não é que na iminência de vermos uma empresa atingir uma
capitalização de mercado de US$1 trilhão (Apple ou Amazon, especula-se), outros setores começam a se destacar e
passar uma sensação que as turbulências registradas
nos últimos meses podem ter ficado para trás. (Para maiores informações, veja: https://www.myvol.com.br/l/a11-06-18-17h-fechamento/)
De fato, nas últimas semanas, há uma impressão de que o
investidor global promoveu uma forte realocação de recursos em direção a ações
de empresas de menor porte. O índice Russel 2000 que reúne tais empresas está
registrando novas máximas em um momento marcado por adversidades no segmento
ligado a mercado emergentes.
"Blame it on the dollar!" (Culpem o
dólar!) -- diria um analista veterano! De fato, a valorização da moeda americana
parece ser a responsável por este movimento que vem atraindo capitais de volta
a América. Estudos recentes apontam para uma saída de aproximadamente US$12
bilhões de mercados emergentes só no último mês. O curioso é que tudo isso
ocorre justamente no mês em que ações de empresas que atuam na China
continental ("A-shares") passaram a ser incluídas no índice de mercados
emergentes da MSCI. Em suma, a pressão de venda nas bolsas de países
considerados vulneráveis foi fortíssima.
E o que esperar para os próximos meses?
A resposta mais comum a esta pergunta nos leva a pensar a
respeito das perspectivas para a moeda americana. O senso comum diz que caso o
dólar se fortaleça ainda mais, o movimento corrente tende a se alongar. Caso
contrário, é possível vermos uma certa retomada para os emergentes.
Bem, da minha parte, considero o mercado complexo demais para
tirarmos conclusões baseadas na movimentação de um único ativo.
Acho o momento propício para aquisição de proteção nos EUA
através da compra de contratos futuros do VIX (medida associada a volatilidade
do índice S&P 500). Digo isso por estarmos diante de inúmeras incertezas
globais relacionadas a pactos comerciais, políticas monetárias, e liderança
política. Temos diversas eleições no horizonte.
Talvez, a melhor coisa a ser feita neste exato momento seja
pausar para umas férias com a família. Quem sabe acompanhar os jogos da Copa. Pense nisso!
Marink Martins