Take no prisoners!

10/05/2018

O mercado financeiro se apropriou desta expressão de guerra de forma bastante curiosa. "Take no prisoners", em seu sentido original, significa que capturados de guerra deveriam ser executados imediatamente, ao invés de serem carregados como reféns.

Já nos mercados, tal expressão se refere ao fato de que "estrategistas" não devem se apegar a ideias obsessivas; devem rever e ajustar suas estratégias de acordo com as circunstâncias.

Pensei bastante nisso ontem diante da alta avassaladora no preço das ações da Petrobras. Embora recentemente tenha questionado se o momento era propício a uma valorização nas ações da empresa ("A hora da Petrobras?", 23/04/2018), nas últimas duas semanas vinha em uma batida mais pessimista diante dos riscos iminentes de uma intensificação da batalha comercial entre os EUA e a China.

Mas o fato é que o setor de energia acordou! Ontem, todo o setor estava em festa, e a gigante brasileira liderou o mundo com uma alta marcante; forte candidata a ficar registrada como uma das mais expressivas do ano.

Por trás da intensidade do movimento, uma enorme posição vendida em contratos de opção de compra (CALLs) que somadas totalizam mais de 200 milhões de contratos (considerando os contratos com "strike" inferior a R$24,5). Ao analisar o "mapa" das opções contendo tais informações sempre ressalto que o registrado ali é algo parcial que não capta as posições negociadas em ADRs.

Mesmo assim, a magnitude do movimento e o volume negociado ontem, tanto no ativo base como em seus derivativos (opções), foi tamanha que agentes deverão rever suas estratégias.

Há 7 dias do vencimento de contratos de opções do mês de maio, o circo está armado para a batalha entre comprados e vendidos.

Já tendo invadido o território dos vendidos sem misericórdia alguma, os comprados estão de peitos estufados, com elevados níveis de testosterona no sangue, prontos para mais um ataque.

Reconhecendo que o "momentum" está claramente a favor dos "comprados", se você está vendido neste mercado, o melhor a ser feito é "calçar as sandálias da humildade", rolar para o próximo vencimento e/ou reduzir/zerar suas exposições.

Marink Martins

Os últimos dois anos foram sensacionais para o investidor focado em ações de empresas norte-americanas. Abaixo, temos um gráfico de "Trailing Real Returns" do S&P 500 desde 1960. Este gráfico nos mostra o retorno real do índice em janelas de 2 anos.

Ainda que o momento atual não seja, nem de perto, um associado a uma crise financeira clássica, os últimos eventos deixaram muitos investidores "machucados". Afinal, no último mês tivemos 3 eventos que historicamente foram catalisadores para fortes valorizações das ações brasileiras. Refiro-me aos seguintes eventos:

Venho argumentando que, por trás do "rally" visto no preço das ações chinesas, há, dentre muitos fatores, um associado à rivalidade entre a China e a Índia. Explorei este tema em maiores detalhes neste vídeo que você pode acessar clicando aqui.

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