O mercado financeiro se apropriou desta expressão de guerra de
forma bastante curiosa. "Take no prisoners", em seu sentido original,
significa que capturados de guerra deveriam ser executados imediatamente, ao
invés de serem carregados como reféns.
Já nos mercados, tal expressão se refere ao fato de que "estrategistas"
não devem se apegar a ideias obsessivas; devem rever e ajustar suas estratégias
de acordo com as circunstâncias.
Pensei bastante nisso ontem diante da alta avassaladora no
preço das ações da Petrobras. Embora recentemente tenha questionado se o momento
era propício a uma valorização nas ações da empresa ("A hora da Petrobras?",
23/04/2018), nas últimas duas semanas vinha em uma batida mais pessimista
diante dos riscos iminentes de uma intensificação da batalha comercial entre os
EUA e a China.
Mas o fato é que o setor de energia acordou! Ontem, todo o
setor estava em festa, e a gigante brasileira liderou o mundo com uma alta
marcante; forte candidata a ficar registrada como uma das mais expressivas do
ano.
Por trás da intensidade do movimento, uma enorme posição
vendida em contratos de opção de compra (CALLs) que somadas totalizam mais de
200 milhões de contratos (considerando os contratos com "strike" inferior a R$24,5).
Ao analisar o "mapa" das opções contendo tais informações sempre ressalto que o
registrado ali é algo parcial que não capta as posições negociadas em ADRs.
Mesmo assim, a magnitude do movimento e o volume negociado
ontem, tanto no ativo base como em seus derivativos (opções), foi tamanha que
agentes deverão rever suas estratégias.
Há 7 dias do vencimento de contratos de opções do mês de maio,
o circo está armado para a batalha entre comprados e vendidos.
Já tendo invadido o território dos vendidos sem misericórdia
alguma, os comprados estão de peitos estufados, com elevados níveis de
testosterona no sangue, prontos para mais um ataque.
Reconhecendo que o "momentum" está claramente a favor dos "comprados",
se você está vendido neste mercado, o melhor a ser feito é "calçar as sandálias
da humildade", rolar para o próximo vencimento e/ou reduzir/zerar suas exposições.
Marink Martins