Tensões pré-eleitorais (Lula por aqui, Democratas por lá)
Há um risco de que o mercado esteja atribuindo uma probabilidade muito elevada de que Lula será barrado pela Lei da Ficha Limpa!
Tratando-se do Brasil, tudo é possível e, por isso mesmo, não devemos descartar a possibilidade de vermos a bolsa e o câmbio bem mais voláteis nos próximos dias, na medida em que nos aproximamos de um evento binário.
Se considerarmos que o preço das ações da Petrobrás é uma das variáveis mais sensíveis ao processo eleitoral, uma leitura da curva de volatilidade projetada para seus contratos de opções passa a ser um importante estudo para nos prevenirmos quanto a eventos inesperados.
Neste sentido, vale destacar que os contratos de opções que vencem em setembro deste ano embutem uma volatilidade implícita de 52%, o que, de forma mais simples, se traduz como uma expectativa de oscilação diária no preço das ações da Petrobras de aproximadamente 3,30%. Já os contratos mais longos -- aqueles que vencem em novembro deste ano -- estes embutem um VOL de 65%, ou uma expectativa de oscilação diária de 4,10%.
Bem, o fim de ano promete ser agitado! Não só pelo processo eleitoral brasileiro mas também por outras questões importantes como a eleição do "mid-term" nos EUA, a guerra comercial sino-americana, e o fim dos estímulos quantitativos esperados pelo Banco Central Europeu.
E por falar nas eleições do "mid-term" nos EUA, Nate Silver, famoso estatístico conhecido pelo êxito ao prever os resultados das eleições e autor do livro "The Signal and The Noise", disse ontem que os democratas tem 75% de chance de retomar o domínio na câmara dos deputados norte-americana.
Nate Silver, estatístico, autor do famoso livro The Signal and The Noise
Caso Nate Silver esteja certo, é possível afirmar que Donald Trump esteja fazendo máxima no mercado. Afinal, com os democratas liderando o congresso, a agenda Trumpiana deverá sofrer um enorme retrocesso, com repercussões diretas na precificação do mercado acionário norte-americano.
Marink Martins