Things that make you go "HMMM"

18/01/2018

Esta é das antigas, título de uma música conhecida nos anos 90 de uma banda chamada C+C Music Factory.

Bem, pensando no atual momento do mercado, vocês já repararam como os pessimistas sumiram? Está todo mundo dizendo que a bolsa vai explodir! Tem gente dizendo que vai dobrar este ano, enquanto outros afirmam que pode subir ainda mais...

Ontem mesmo um gestor disse que teremos, a partir de 2019, os melhores 10 anos de nossa história!!! Será que ele realmente acredita em um novo milagre econômico, apesar de todas as nossas fragilidades? Eu, honestamente, acho que ele não acredita. 

Como o meu objetivo aqui não é atacar ninguém, aproveito sua atenção para relembrar um momento vivido há 21 anos, no primeiro semestre de 1997. Eu morava em NY e atuava pelo Banco Bozano, Simonsen. O otimismo de agora é similar ao vivido naquela época. Era um período marcado por um elevado grau de exuberância nas bolsas de valores ancorado em expectativas otimistas com relação ao programa de privatização brasileiro. Como sabemos, tal exuberância foi rapidamente dizimada pelos "abalos sísmicos" provocados pela crise asiática que teve início na Tailândia em julho daquele ano.

Era uma outra época, pré-globalização. O esforço de hoje para saber o nome das cryptomoedas é similar ao esforço feito naquela época para aprender o nome das moedas asiáticas (baht, rupiah, etc). Embora a crise asiática tenha vindo como um choque, um Cisne Negro, todos sabiam que a onda de câmbio fixo nos traria problemas. Deu problema no México (Tequila Crisis), deu problema na Ásia, deu problema no Brasil, e por último, na Argentina.

Para te dar uma dimensão do que representou tal crise, vou revelar um acontecimento da época. O Banco Bozano, a cada semestre, elegia um profissional de Destaque. No primeiro semestre de 1997, o profissional escolhido foi um da área de gestão de recursos. O cara montou uma carteira rica em papeis do setor elétrico, com destaque para Copel e Celesc. No último dia do semestre ele puxou o papel da Celesc de 50c para 64c, fazendo o que é conhecido como "painting the tape" (isso era anos 90!!!). O cara arrebentou, foi eleito Destaque, e levou uma bolada suficiente para comprar um belo apartamento no Leblon. Veio a crise, iniciada na Tailândia. Em 3 semanas, todos os milhões que sua carteira gerou de ganhos para o banco (eram lucros contábeis não realizados) evaporaram. Em dois meses, sua carteira já estava "deep in the red". Digo isso para ilustrar que as viradas em momentos de euforia podem ser extremamente cruéis. Não estou aqui prevendo que estamos na iminência de um evento similar. O meu ponto é que vivemos um período de elevada complacência.  

Hoje, participantes dos mercados de capitais sabem que se o tal aperto quantitativo dos Bancos Centrais (QUANTITATIVE TIGHTENING) for levado a sério, teremos uma reversão de expectativa que poderá levar ou não a uma crise. Mas, ninguém quer discutir isso. Não dá Ibope. Para manter a coerência com o título do comentário, e lembrar o cantor Prince, "everyone is partying like it is 1999"!

Bem, embora a MyCAP seja uma simples corretora, zelamos pelo seu patrimônio e não iremos tentar te convencer que as ações da B3 estão uma barganha. Elas não estão!

Em nosso primeiro encontro do ano, no Espaço Paulista, em SP, hoje as 18:30, iremos falar sobre a economia global utilizando dados exclusivos, preparados por uma das melhores casas de análise do mundo, a Gavekal. Tudo isso fruto de uma conversa que tive diretamente com Louis Gave, presidente da empresa. 

Inscreva-se! Se você ainda não é cliente da MyCAP, esta é uma ótima oportunidade para você conhecer nosso trabalho e começar o ano muito bem informado sobre o cenário econômico global.

Envie um email para marketing@br.icap.com 

Espero te ver por lá.

Marink Martins

myvol.com.br




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