Um momento para uma pausa estratégica

31/01/2022

Em meu último Comentário de Mercado (feito na última quinta-feira, 27/1), busquei chamar atenção que o nosso IBOV estaria diante de um teste. Na ocasião fiz referência ao DXY ("dollar index") e também a correlação existente entre o índice brasileiro e o índice de Hong Kong ("Hang Seng"). Curiosamente, o IBOV caiu na sexta, e a volatilidade implícita das opções associadas a Petrobras PN subiu um pouco.

Reconheço que simplesmente afirmar que o momento atual é de muita incerteza não agrega muito valor ao leitor. Mas se assumirmos que esta tensão geopolítica entre EUA e Rússia é algo importantíssimo, com capacidade de gerar resultados binários no curto prazo no que diz respeito ao preço do barril de petróleo, penso que argumentar por uma pausa estratégica seja algo mereça sua atenção.

O que quero dizer por uma pausa estratégica? Vale aqui resgatar que no dia 2 de dezembro publicamos aqui: O IBOV é o índice da virada! Naquela ocasiao, o IBOV estava em 102.000 pontos. Havia um maior otimismo no que diz respeito ao "trade" relativo entre ativos brasileiros e americanos. Finalmente o fluxo veio e provocou uma surpreendente alta relativa. Mas, e agora?

Penso que é o momento de uma pausa. Não falo isso por estar aqui dominado por forças de reversão à média. Falo isso pelas incertezas geopolíticas e sinais de que, apesar da retomada do impulso creditício chinês, há sinais de que a economia chinesa segue com dificuldades. E quando isso ocorre, tais dificuldades tende a afetar negativamente os países exportadores de commodities. Não acho que seja hora nem de comprar, nem de vender ativos brasileiros. Creio que uma pausa estratégica até que esta questão russa seja resolvida faça mais sentido.

Marink Martins

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