Um passeio pelos gráficos

07/12/2020

Segue abaixo um apanhado dos gráficos mais representativos do momento em que vivemos nos mercados. 

No gráfico acima, o Banco Goldman Sachs argumenta que, após o recente ciclo de valorização, é chegada a hora dos papéis mais especulativos (CCC). 

Observe que, de acordo com o gráfico acima, temos uma estrutura a termo do VIX (volatilidade implícita associada ao índice S&P 500) ascendente. Isto é, o mercado está precificando um início de ano mais turbulento.

No gráfico acima a Gavekal ilustra o colapso no índice de participação do trabalhador na força de trabalho. Observe que a taxa de desemprego vem caindo nos EUA e no Brasil devido ao fato que muitos dos trabalhadores simplesmente deixaram de procurar empregos. 

Com o FED sinalizando que os juros de curto prazo ficarão estáveis por 3 anos, as taxas de juros para financiamento imobiliários despencaram. Nos EUA você financia sua casa própria colocando 20% de entrada e financiando o saldo em 15 anos, pagando 2,3% ao ano. Nada mal. Por isso, o mercado imobiliário está indo muito bem. 

Recentemente, as taxas de juros corporativas - medidas em termos reais - passaram a registrar taxas negativas. Isso é algo inusitado e ilustra a artificialidade presente no mercado de renda fixa global. 

O mundo está tão estranho que o retorno associado a um investimento em títulos do tesouro dos EUA de 10 anos está inferior ao dos títulos de 10 anos emitidos pela Grécia - o país mais caloteiro de todos os tempos. 

O gráfico acima ilustra a correlação entre o preço das commodities metálicas (cobre/ouro) e a taxa dos títulos do tesouro americano de 10 anos. Curiosamente, a taxa dos títulos não sobe. 

De forma análoga, no gráfico acima temos a razão IWM/SPY (Russell 2000 / S&P 500) comparada com a taxa dos títulos do tesouro americano de 10 anos. Novamente, a taxa dos "treasuries" parece defasada.  

O estoque global de cobre permanece baixo. Isso pode ser um sinal de que a alta nesta commodity está só começando. 

Recentemente, o DAX - quando medido em moeda local -- tem se mantido estável. O ponto aqui é que os ativos estão subindo somente quando medidos em dólares. 

Acima, temos mais um gráfico indicando que a taxa do título do tesouro americano de 10 anos deveria estar mais elevada. Neste gráfico observamos que tal taxa e o índice ISM normalmente andam juntos. 

Curiosamente, o ouro não se valorizou neste último ciclo de alta nas bolsas. Muito pelo contrário. O que vimos foi saída de recursos direcionados a esta commodity. 

Enquanto isso, o fluxo para mercado emergentes atinge uma máxima histórica!

Neste último ciclo de alta os investidores saíram atrás daquilo que tinha ficado para trás. Como podemos observar no gráfico acima, o setor de energia (petrolífero) foi o "pato feio" nos últimos anos. 

Pela imagem acima, observamos que a ganância está fazendo máxima. 

Um sinal claro da ganância que toma conta do mercado pode ser visto através do gráfico acima. Ele ilustra um importante declínio no percentual das ações vendidas a descoberto. Em um mercado onde não há vendidos, quem é que será o "marginal buyer"?

No lado fiscal, observamos que o endividamento dos EUA não para de crescer. Tudo indica que o FED será o financiador de última instância. 

Acima temos um dos indicadores favoritos de Warren Buffet: o valor das ações (market cap) dividido pelo PIB. Além desse, temos também o gráfico da relação de P/L de Shiller (CAPE Ratio). 


Marink Martins

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