Uma terça auspiciosa para um "TRADE" de curto prazo

24/08/2021

Uma das razões pela qual estou mais otimista hoje tem a ver com eventos ocorrendo do outro lado do mundo. Na China, os títulos de renda variável e de renda fixa da segunda maior construtora do país -- o Evergrande Group -- colapsaram nas últimas semanas e, mesmo assim, o país segue com seu choque regulatório sem apelar para uma desvalorização cambial compensatória.

 
Observar tudo isso que está ocorrendo por lá e ainda assim ver a relação USD/CNY abaixo de 6,50 é algo encorajador em minha opinião. Desde que a China voltou a ocupar um espaço relevante na economia global, o mais comum era uma reação negativa do ponto de vista cambial em momentos de adversidade econômica. No entanto, o que os analistas que sigo parecem apontar é que há uma boa parcela de proatividade neste movimento transformista que está em curso.

 
De forma análoga, penso também que boa parte das incertezas econômicas e políticas que dominam o cenário local já está devidamente precificada nos mercados. Observe que expresso isso em um contexto relativo. Em outras palavras, considerando o apetite a risco dominante nos EUA e Europa, penso que os ativos emergentes se apresentam de forma interessante no curtíssimo prazo.


Mas, por que tal oportunidade estaria restrita ao curtíssimo prazo? A minha resposta a esta pergunta está ligada a expectativas de desaceleração na economia americana que já começam a se materializar. Um exemplo mais concreto destas evidências pode ser visto nas pesquisas feitas através da Google pela expressão "Back to School" (volta às aulas), como podemos ver no gráfico abaixo:

 A alegada desaceleração, somada a movimentos inflacionários que se mostram mais aderentes, já provoca um sentimento de estagflação em muitos analistas.


A frase acima pode soar como uma aberração ao olharmos para o fato de que o índice S&P 500 está na máxima histórica e de que as empresas americanas estão performando muito bem. Mas, tudo isso é uma superfície que mascara diversas vulnerabilidades. E é justamente, por isso, que no título deste texto me referi a uma oportunidade de curtíssimo prazo. Se pensarmos em um prazo mais longo, os riscos crescem de forma significativa.

 
Marink Martins  

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