Wall of Worry (preocupações dos mercados)

Nas últimas duas semanas pode-se dizer que são 4 as grandes preocupações nos mercados:

Os primeiros dois itens parecem ter dado uma trégua. A substituição do presidente e dos conselheiros da Petrobras está em curso e, paralelamente, o governo se esforça para mostrar que não está intervindo na empresa. Além disso, o preço do petróleo parou de subir e a taxa de juros local foi elevada, contribuindo para um alívio na frente cambial. Com isso, as ações da Petrobras iniciaram um ciclo de recuperação em relação ao IBOV. Acredito que há espaço para uma maior "outperformance" da Petrobras; ainda que o risco de alguma iniciativa da nova diretoria possa vir a surpreender negativamente o mercado.

Já quanto a pandemia, este é certamente o grande desafio. Observe que a casa de pesquisa Pantheon Macroeconomics espera que os EUA atinjam imunidade de rebanho somente em julho. Sendo assim, a expectativa para que o mesmo ocorra por aqui deve ficar para meados de 2022, devendo se tornar um dos principais temas da eleição do ano que vem.

No que diz respeito à taxa de juros de longo prazo nos EUA, toda a minha atenção está voltada ao ETF TLT -- associado a títulos de prazos superiores a 20 anos do tesouro dos EUA. Observe que este ativo vem levando uma surra. O que no passado era uma importante fonte de proteção, passou a ser um ativo positivamente correlacionado aos ativos de renda variável.

Para terminar, chamo atenção dos investidores ao fato de que o FED decidiu hoje não renovar a SLR ("supplementary leverage ratio"). Tal decisão impacta negativamente a capitalização dos bancos americanos e contribui para uma performance negativa do setor nesta sexta-feira. Fique de olho!