Sabe-se que, não só a mídia financeira, mas a grande maioria dos participantes do mercado são fascinados por números inteiros. Eu mesmo apostei com meu amigo Dave Sharp, lá atrás em 1998, que o índice Dow Jones Industrial Average não atingiria o nível de 10.000 pontos naquele ano. Pois é Dave, se estiver lendo este texto, saibas que ainda me deves um almoço!
Na bolsa de Nova York costuma-se distribuir bonés em comemoração aos momentos em que o famoso índice supera um determinado patamar. Aconteceu quando o Dow superou os 1.000, os 5.000, os 10.000 e os 20.000 pontos.
Neste sentido, há uma festa a ser celebrada em breve assim que a primeira empresa norte-americana cruzar a faixa de 1 trilhão de dólares de valor de mercado. Para a Apple só falta suas ações se apreciarem 6%. Já para a Amazon, o caminho é um pouco mais longo: 23%.
Observa-se, historicamente, que sempre que o preço de um ativo invade a última dezena ou centena, há uma maior probabilidade de que o número inteiro seja atingido. A ação da Apple já negocia no after-market a um nível próximo a US$193, com um valuation de US$943 bilhões. De acordo com a tese, o preço das ações irá superar os US$200, o que a deixará muito perto de atingir o tão aguardado valor de mercado. Dito isso, se me pedirem para provar tal tese, terei que mandar uma resposta a la Chicó do Auto da Compadecida: "não sei, só sei que foi assim!"
Um ponto importante aqui é que embora o índice S&P500 pareça ter se reencontrado com aquela paz que dominou o ano de 2017, o índice NASDAQ, aquele dominado por empresas de tecnologias, está a todo vapor, registrando um novo recorde de alta.
O cenário global de fortalecimento da moeda americana tem sido bem positivo para as empresas de beta elevado como as gigantes de tecnologia. Quando todos esperavam uma realocação global em direção a Europa e aos mercados emergentes, o mundo deu um "meia-volta volver" e voltou sua atenção ao segmento que mais deu alegrias nos últimos anos: o setor de tecnologia norte-americano.
Acredito que este cenário benéfico irá persistir até o momento em que uma das gigantes do setor atingir o patamar de 1 trilhão de dólares de capitalização de mercado. Estamos bem perto e quando isso acontecer é certo que tal assunto irá dominar as manchetes das mídias por todo o globo. Será certamente um ótimo momento para uma reavaliação das carteiras de investimentos globais.
Marink Martins
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O que um acadêmico pôde ensinar a gestores da britânica Baillie Gifford a respeito dos retornos sobre ações nos mercados globais?