Ainda sobre a dinâmica de preço das ações da Petrobras em meio a semana do vencimento de opções

14/05/2018

Na última sexta-feira escrevi sobre um enorme desequilíbrio de forças entre os ditos "comprados" e "vendidos" no mercado de opções de Petrobras PN (ver "O curioso caso da Opção PETRE56 - nasceu velha e hoje é uma criança").

Embora eu seja um grande defensor da rolagem prévia de operações de um vencimento para o outro por razões de natureza técnica, confesso que a situação descrita acima me desperta enorme curiosidade sobre a trajetória de preço das ações da Petrobras nesta importante semana.

Dediquei um bom tempo ao longo deste domingo analisando o "mapa" de tais opções com base no fechamento de sexta-feira. Longe de ser um processo científico, é possível atribuir probabilidades a alguns cenários com base nas relações entre titulares e lançadores, assim como na magnitude das exposições em contratos "dentro-do-dinheiro".

Sendo mais objetivo, a forte e rápida apreciação nas ações da Petrobras deixou muitos vendidos em contratos que rapidamente se tornaram "deep In-the-money" (bem dentro-do-dinheiro). Como muitos participantes deste mercado não dispõem de caixa suficiente para bancar as elevadas chamadas de margens da B3, eles naturalmente atenuam tal situação de "stress" adquirindo contratos de opções posicionados "fora-do-dinheiro". E é justamente aí que tal dinâmica torna-se interessante.

Com 5 dias úteis para o vencimento de opções, o ritmo de decaimento de preço das opções é extremamente acelerado. Sendo assim, segurar tais opções se assemelha a segurar batatas quentes, e ninguém quer sair deste jogo queimado.

Mas, o jogo de opções é um jogo de soma zero, muito influenciado por aqueles com maior "poder de fogo", também conhecido nos mercados, como "mãos fortes". E quem seriam eles?

Tratam-se de investidores institucionais, com a combinação de elevada disponibilidade de caixa e grandes posições no ativo base, capazes de influenciar diretamente o preço da ação através de suas ordens de compra e venda.

O que vemos através do mapa das opções sugere que tais investidores estão "financiados" no mercado. Eles estão comprados em opções "dentro-do-dinheiro" e vendidos em opções "no-dinheiro" e "fora-do-dinheiro".

Caso tal leitura esteja correta, o mais provável é termos um mercado mais lateralizado e com volatilidade implícita declinante, focado mais na passagem do tempo do que em movimentos direcionais.

Uma boa semana a todos,

Marink Martins

Os últimos dois anos foram sensacionais para o investidor focado em ações de empresas norte-americanas. Abaixo, temos um gráfico de "Trailing Real Returns" do S&P 500 desde 1960. Este gráfico nos mostra o retorno real do índice em janelas de 2 anos.

Ainda que o momento atual não seja, nem de perto, um associado a uma crise financeira clássica, os últimos eventos deixaram muitos investidores "machucados". Afinal, no último mês tivemos 3 eventos que historicamente foram catalisadores para fortes valorizações das ações brasileiras. Refiro-me aos seguintes eventos:

Venho argumentando que, por trás do "rally" visto no preço das ações chinesas, há, dentre muitos fatores, um associado à rivalidade entre a China e a Índia. Explorei este tema em maiores detalhes neste vídeo que você pode acessar clicando aqui.

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