Embora o astro de Shark Tank adore os carros da TESLA, ele
odeia as ações da empresa. Para ele, as ações deveriam ser precificadas
utilizando múltiplos similares aos praticados no setor automobilístico - algo como
uma relação de Preço/Lucro entre 10x e 15x. O´leary não é um adepto da tese de
que a TESLA seja uma empresa de tecnologia. Para ele as ações são precificadas
de acordo com uma narrativa fantasiosa, uma na qual investidores querem, a
qualquer preço, ser sócios da pessoa que eles julgam ser o Thomas Edison deste
novo milênio.
E observem que O´leary não está sozinho no grupo de céticos
com relação as perspectivas da TESLA. As ações da empresa são as mais "shorteadas"
do mercado.
Por tudo isso, o tweet publicado por Musk esta semana
expressando seu desejo de fechar o capital da empresa, comprando as ações em
circulação no mercado pelo preço de US$420/ação, poderá representar um dos mais
épicos corners de mercado.
Se concretizado, poderá ser algo reminiscente do corner ocorrido nas ações da VW em 2008. Ou mesmo, algo como o mais recente "espreme" promovido por Carl Icahn nas ações da empresa Herbalife. O vendedor a descoberto, Bill Ackman, deve estar
lambendo suas feridas até hoje. (Para os mais curiosos, assistir ao documentário na Netflix -- Betting on Zero).
Por outro lado, caso Musk esteja blefando ou não consiga o
funding necessário para honrar tal operação, prepare-se para o caos! O preço
das ações derreteria e Musk certamente seria processado pela SEC e por
investidores raivosos. Por isso mesmo, podemos atribuir uma baixa probabilidade
de que a operação não saia.
Marink Martins