Petrobras e Vale - Perspectivas de curto prazo

03/07/2018

Embora eu seja adepto a tese de que no curto prazo as oscilações de preços tendem a um movimento browniano, em alguns momentos é possível extrair algumas interpretações oriundas da dinâmica de negociação dos contratos de opções que tomam como base os ativos em questão.

A 9 dias úteis do vencimento de opções, entramos em uma fase onde os participantes deste mercado tornam-se mais agressivos em suas apostas com repercussões diretas na tendência de preço do ativo subjacente.


Petrobras

Desde a derrocada no preço de suas ações que levou seu preço para níveis próximos a R$14,00, o preço de suas ações vem em forte tendência de alta. A estrutura de volatilidade, com base no fechamento desta segunda-feira (2/7/18), está com um formato condizente com uma contínua valorização do ativo, demonstrando claramente a presença maior daqueles que buscam lucrar com uma trava de alta do que com o oposto.

Dito isso, é importante ressaltar que nestes níveis, acima de R$17,00, vem crescendo o número de contratos existentes em opções de venda. Monitoro isso através do "PUT-to-CALL ratio".

Observem também que a recomendação feita por Felipe Miranda, fundador da Empiricus, exerce uma enorme influência na dinâmica de preço do papel. Para entender melhor esta dinâmica, veja o meu texto escrito ao clicar aqui: https://www.myvol.com.br/l/petrobras-os-impactos-da-mais-recente-recomendacao-de-felipe-miranda/

Em suma, o jogo na Petrobras tem como protagonista os contratos de opção de compra PETRG18, cujo preço de exercício é de R$17,96.

Com base no fechamento de ontem, tudo indica continuidade no movimento de alta. Tal alta, porém, caso se concretize, deve ocorrer sem provocar "grandes correrias", uma vez que há muitos participantes comprados em volatilidade.


Vale

O meu acompanhamento das opções de Vale não é tão minucioso como aquele feito nas opções de Petrobras. Até mesmo porque o foco do meu projeto (O Clube dos 5) está todo ligado as ações da Petrobras.

Mesmo assim, considero que as ações da Vale tendem a caminhar em direção oposta à sua parceira de liquidez na bolsa. Nos últimos meses, suas ações se valorizaram por diversas razões; entre elas, sua característica associada a um "hedge" cambial. Só que agora, a dinâmica é outra.

A economia chinesa já mostra sinais de exaustão, focada em resolver seus problemas na área de crédito. Há muitos analistas apontando para um segundo semestre mais fraco na gigante asiática. Sendo assim, acredito que as ações de Vale carregam um prêmio de proteção cambial que poderá ser rapidamente dizimado caso o BC saia-se vencedor desta mais recente tensão nos mercados.

Com suas opções negociando com uma volatilidade implícita muito baixa (por volta de 32%), acho que as perspectivas de curto prazo para as ações da Vale não são nada favoráveis.

Marink Martins

Os últimos dois anos foram sensacionais para o investidor focado em ações de empresas norte-americanas. Abaixo, temos um gráfico de "Trailing Real Returns" do S&P 500 desde 1960. Este gráfico nos mostra o retorno real do índice em janelas de 2 anos.

Ainda que o momento atual não seja, nem de perto, um associado a uma crise financeira clássica, os últimos eventos deixaram muitos investidores "machucados". Afinal, no último mês tivemos 3 eventos que historicamente foram catalisadores para fortes valorizações das ações brasileiras. Refiro-me aos seguintes eventos:

Venho argumentando que, por trás do "rally" visto no preço das ações chinesas, há, dentre muitos fatores, um associado à rivalidade entre a China e a Índia. Explorei este tema em maiores detalhes neste vídeo que você pode acessar clicando aqui.

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