Embora eu seja adepto a tese de que no curto prazo as
oscilações de preços tendem a um movimento browniano, em alguns momentos é
possível extrair algumas interpretações oriundas da dinâmica de negociação dos
contratos de opções que tomam como base os ativos em questão.
A 9 dias úteis do vencimento de opções, entramos em uma fase
onde os participantes deste mercado tornam-se mais agressivos em suas apostas
com repercussões diretas na tendência de preço do ativo subjacente.
Petrobras
Desde a derrocada no preço de suas ações que levou seu preço
para níveis próximos a R$14,00, o preço de suas ações vem em forte tendência de
alta. A estrutura de volatilidade, com base no fechamento desta segunda-feira (2/7/18), está
com um formato condizente com uma contínua valorização do ativo, demonstrando
claramente a presença maior daqueles que buscam lucrar com uma trava de alta do
que com o oposto.
Dito isso, é importante ressaltar que nestes níveis, acima de
R$17,00, vem crescendo o número de contratos existentes em opções de venda.
Monitoro isso através do "PUT-to-CALL ratio".
Observem também que a recomendação feita por Felipe Miranda,
fundador da Empiricus, exerce uma enorme influência na dinâmica de preço do
papel. Para entender melhor esta dinâmica, veja o meu texto escrito ao clicar
aqui: https://www.myvol.com.br/l/petrobras-os-impactos-da-mais-recente-recomendacao-de-felipe-miranda/
Em suma, o jogo na Petrobras tem como protagonista os
contratos de opção de compra PETRG18, cujo preço de exercício é de R$17,96.
Com base no fechamento de ontem, tudo indica continuidade no
movimento de alta. Tal alta, porém, caso se concretize, deve ocorrer sem
provocar "grandes correrias", uma vez que há muitos participantes comprados em
volatilidade.
Vale
O meu acompanhamento das opções de Vale não é tão minucioso
como aquele feito nas opções de Petrobras. Até mesmo porque o foco do meu
projeto (O Clube dos 5) está todo ligado as ações da Petrobras.
Mesmo assim, considero que as ações da Vale tendem a caminhar
em direção oposta à sua parceira de liquidez na bolsa. Nos últimos meses, suas
ações se valorizaram por diversas razões; entre elas, sua característica
associada a um "hedge" cambial. Só que agora, a dinâmica é outra.
A economia chinesa já mostra sinais de exaustão, focada em
resolver seus problemas na área de crédito. Há muitos analistas apontando para
um segundo semestre mais fraco na gigante asiática. Sendo assim, acredito que
as ações de Vale carregam um prêmio de proteção cambial que poderá ser
rapidamente dizimado caso o BC saia-se vencedor desta mais recente tensão nos
mercados.
Com suas opções negociando com uma volatilidade implícita
muito baixa (por volta de 32%), acho que as perspectivas de curto prazo para as
ações da Vale não são nada favoráveis.
Marink Martins